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Estado de Minas WASHINGTON

Biden e Putin trocam advertências sobre a Ucrânia


30/12/2021 22:42 - atualizado 30/12/2021 22:43

O presidente americano, Joe Biden, alertou nesta quinta-feira (30) seu colega russo, Vladimir Putin, que os Estados Unidos vão responder "firmemente" se a Rússia invadir a Ucrânia, enquanto o líder russo respondeu que sancionar Moscou seria um "erro colossal".

Depois do telefonema de 50 minutos, o segundo em pouco mais de três semanas, os dois presidentes elogiaram a via diplomática para sair da crise gerada pela ameaça de uma invasão russa após a mobilização maciça de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.

Mas qualquer avanço diplomático passa por "uma desescalada", alertou o presidente americano.

Biden "deixou claro que os Estados Unidos e seus aliados e sócios vão responder com firmeza se a Rússia invadir mais a Ucrânia", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Em 2014, Moscou anexou a península da Crimeia, que pertencia à Ucrânia.

Putin ficou "satisfeito" em geral com a conversa, disse a jornalistas o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov. Um alto funcionário americano declarou, sob anonimato, que o tom da conversa foi "sério e substancial".

Biden está em Wilmington, Delaware, onde tem casa e passa as festas de fim de ano. A Casa Branca publicou uma foto do presidente ao telefone em um cômodo com paredes revestidas com madeira.

Segundo Ushakov, Putin alertou Biden para a necessidade de "um resultado" positivo para Moscou nas próximas conversas sobre segurança, previstas para 10 de janeiro.

Este mês, a Rússia fez uma série de exigências para resolver as tensões na Ucrânia, que incluíam garantias de que a Otan não se expandiria para além de suas fronteiras e de não construir novas bases militares americanas nos países da antiga União Soviética, que Moscou considera sua área de influência.

- "Pleno apoio" -

Segundo a Rússia, suas demandas buscam apenas evitar o agravamento das tensões, já que Moscou considera o apoio dos Estados Unidos, da Otan e da União Europeia à Ucrânia, com um governo pró-Ocidente, uma ameaça direta aos seus interesses.

Os Estados Unidos, acusados de dirigir alguns temas internacionais sem muita concertação com seus aliados, insistem em coordenar posições estreitamente com os europeus e os ucranianos.

Na quarta-feira (29), o secretário de Estado americano, Antony Blinken, conversou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e, em seguida, com seus homólogos de França, Alemanha e Reino Unido.

Zelensky enfatizou ter recebido garantias do "total apoio americano" para "combater um ataque russo".

- Sem concessões -

Os países ocidentais descartaram até agora uma resposta militar a uma possível invasão russa, e o Kremlin deu pouca atenção às ameaças de sanções.

Segundo Ushakov, Biden advertiu para a imposição de fortes sanções contra Moscou se a escalada continuar.

Putin alertou que estas medidas poderiam levar a uma "completa ruptura" dos vínculos entre a Rússia e o Ocidente, destacou este assessor. "Isto seria um erro colossal, que poderia levar a consequências graves, as mais graves. Esperamos que não ocorra", acrescentou.

A Rússia e sua elite governante já são alvo de inúmeras represálias econômicas dos países ocidentais pela questão ucraniana e pela repressão no país. Nenhuma dessas medidas fez o Kremlin mudar de atitude, muito pelo contrário.

Moscou nega estar ameaçando a Ucrânia, embora em 2014 tenha anexado a península da Crimeia, e afirme agir em resposta à hostilidade do Ocidente que apoia Kiev, especialmente em seu conflito contra separatistas pró-russos no leste do país.

Estes últimos, embora os dirigentes russos o neguem, são suspeitos de estar sob ordens do Kremlin.

Por enquanto, as negociações de 10 de janeiro em Genebra sobre a Ucrânia e a estabilidade estratégica se anunciam tensas. O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, já descartou a possibilidade de "concessões" por parte de Moscou, e os Estados Unidos alertaram que alguns pedidos russos são "inaceitáveis".

Essas discussões, lideradas pela vice-secretária de Estado americana, Wendy Sherman, e seu homólogo russo, Serguei Riabkov, serão seguidas por uma reunião entre representantes de Moscou e da Otan em 12 de janeiro e por outra, no dia seguinte, no âmbito da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).


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