"O discurso contra a imprensa e os ataques ganharam espaço, colocaram em xeque os sistemas democráticos e penetraram até nas sociedades mais sólidas, como a tomada do Capitólio nos Estados Unidos" em 6 de janeiro, assinalou a fundação.
A Fundamedios destacou a situação na América Central, especialmente na Nicarágua, que "se tornou uma ditadura sem atenuantes, e suas práticas lamentáveis foram reproduzidas por países vizinhos com um único objetivo: silenciar as vozes dissidentes".
A imprensa independente da Nicarágua tem sido alvo de ameaças e ataques desde a cobertura dos protestos antigovernamentais de 2018, cuja repressão deixou mais de 300 mortos, segundo grupos humanitários. O país encerra o ano com mais de 160 presos políticos e o exílio forçado de 45 jornalistas, apontou a fundação.
Sob a presidência de Nayib Bukele, El Salvador "não ficou atrás" com a Lei de Registro de Agentes Estrangeiros. Seu discurso estigmatizante "chegou a envolver veículos de comunicação em crimes de sonegação de impostos, e obrigou seus jornalistas a deixarem o país", denunciou a Fundamedios.
Na Guatemala, a presidência de Alejandro Giammattei "significou um retrocesso grave no respeito aos direitos fundamentais", observou a Fundamedios.
A América Latina continua sendo uma das áreas mais hostis do mundo para a prática do jornalismo, com 30 profissionais assassinados em 2021, segundo cálculos da fundação. O México é o país mais perigoso, com 16, seguido de Guatemala e Honduras, com quatro casos ambos; Colômbia, com três; Venezuela, com dois; e Brasil, com um.
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