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Estado de Minas ITAPETINGA

Temporal segue assolando a Bahia, que vive seu 'maior desastre'


27/12/2021 22:31 - atualizado 27/12/2021 22:37

As enchentes provocadas pelas fortes chuvas na Bahia aumentaram o total de mortos para 20 no estado, enquanto a crise continuou agravando-se nesta segunda-feira (27), com quase 63.000 desalojados em 100 municípios em estado de emergência, informaram as autoridades.

Infelizmente, estamos vivendo o maior desastre já ocorrido na história da Bahia", declarou nesta segunda-feira o governador da Bahia, Rui Costa, que supervisiona nas áreas atingidas a operação conjunta colocada em prática no sábado com o governo federal e outros estados.

As cenas dramáticas de casas debaixo d'água e ruas que se tornaram verdadeiros rios se repetiam em municípios localizados no sul do estado, atingidos desde quinta-feira por fortes precipitações que provocaram rupturas de barragens e fizeram rios transbordarem no fim de semana.

Em Itapetinga, Idalício Dos Santos se movia pela água entre as copas das árvores em um pequeno bote. "Hoje já fiz esse trajeto, pelo menos vinte vezes, levando e trazendo gente", disse.

Imagens aéreas da AFP daquele município mostram três homens remando deitados de bruços em um colchão inflável, cercados por casas com água até as janelas.

Na vizinha Itambé, Tiola Almeida, moradora do local, ajudou a mãe a resgatar os poucos pertences que não sucumbiram à água. "Em algumas casas [a água] chegava a 1,80 metros de altura. Na casa da minha mãe era de aproximadamente 1,40 metros", revelou, parada em frente a uma montanha de entulho.

- "Expectativa de melhora" -

Os últimos números de de desalojados no estado quase duplicou no balanço de domingo: 62.796 pessoas tiveram que deixar suas casas, mais da metade das quais precisam de abrigo, segundo a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec).

Além das cerca de vinte mortes desde o início de novembro por causa das chuvas no estado, foram registrados até agora 358 feridos.

Estima-se que um total de 471.009 foram afetadas pelo maior volume de chuva produzido pelo fenômeno climático 'La Niña', o que se soma a precipitações excepcionais em um curto espaço de tempo, segundo especialistas.

O número de municípios afetados subiu para 116, com pelo menos 100 em situação preocupante, o dobro do registrado no domingo, informou a Sudec.

A cidade de Itabuna, onde foram registradas as últimas duas mortes, sofreu com o transborde do rio Cachoeira. Um dos falecidos, um jovem de 21 anos, foi arrastado pela correnteza; a outra, uma mulher de 33 anos, faleceu vítima de um deslizamento de terra, segundo o último relatório do governo estatal, nesta segunda-feira à tarde.

"A água na cabeceira do rio Cachoeira está começando a baixar, então, mesmo que lentamente, a expectativa é de melhora nos próximos dias", afirmou o governador Rui Costa, numa tentativa de trazer esperança à região.

O governador anunciou ajuda social para as famílias afetadas, sem dar detalhes, e créditos especiais sem juros para comerciantes.

O governo federal providenciou 20 milhões de reais para as vítimas das enchentes, informou o ministro da Cidadania, João Roma.

- "Favorável ao desastre" -

Estael Sias, meteorologista da MetSul, avaliou que "há uma correlação" entre a intensidade das chuvas no nordeste do país e o fenômeno La Niña, que provoca precipitações em níveis acima do normal.

O agravante é que o temporal dos últimos dias se juntou às chuvas que assolaram a região há algumas semanas.

"Havia um cenário favorável ao desastre", disse Sias. Já havia chovido muito em novembro na Bahia e agora volta a chover em uma área que ainda não se recuperou daquele excesso de precipitação", explicou.

Nas últimas horas, alguns municípios receberam um volume de água equivalente a todo um mês.

A capital Salvador, por exemplo, quintuplicava até sexta-feira sua média histórica de 58 mm para dezembro, de acordo com a Defesa Civil da cidade.


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