A decisão de limitar a 0,1% a taxa de dióxido de enxofre no combustível usar no Mediterrâneo deve ser aprovada pela Organização Marítima Internacional. Se assim for, a norma entrará em vigor em janeiro de 2025.
Nos últimos anos, foram implementadas medidas similares. Desde 1º de janeiro de 2020, a taxa de enxofre no combustível é limitada a 0,5%. Antes, o limite era de 3,5% em zonas consideradas não sensíveis.
Estas emissões representam um grave problema porque contribuem para a acidificação dos oceanos, com consequências nefastas para os organismos marinhos.
Além disso, também são responsáveis por 60.000 mortes prematuras ao ano em todo o mundo, segundo estimativas de alguns especialistas.
"Esperamos que a implantação desta decisão permita reduzir de forma importante a contaminação procedente das embarcações", declarou à AFP Tatjana Hema, coordenadora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e do Plano de Ação para o Mediterrâneo.
O acordo é um "grande avanço", avaliou Patrick Child, diretor-general adjunto para o Meio Ambiente da Comissão Europeia.
O Mar Mediterrâneo é "um dos mares cuja biodiversidade está mais ameaçada", destacou.
"É uma área de risco em termos de mudanças climáticas", uma região "particularmente vulnerável" à contaminação, assegurou Carlos Bravo, consultor de política ambiental da ONG OceanCare, baseada na Suíça.
Além da contaminação da água, há outros problemas, como as colisões entre embarcações e mamíferos marinhos. O Mediterrâneo é um dos mares com maior tráfego marítimo do mundo.
Outro aspecto que afeta a vida no Mediterrâneo é a presença de resíduos plásticos.
Segundo um estudo do Instituto Oceanográfico grego, publicado em outubro, 3.760 toneladas de rejeitos plásticos flutuam atualmente no mar.
ANTALYA