Desde que o presidente Xi Jinping assumiu o cargo em 2012, a China experimentou um retrocesso drástico nos direitos e liberdades civis. Centenas de advogados e ativistas de direitos humanos estão sujeitos à vigilância ou mesmo a detenções.
Wang Quanzhang, advogado e defensor dos direitos humanos, libertado no ano passado após mais de quatro anos de prisão, disse à AFP nesta sexta-feira que a polícia o impediu de sair de casa a menos que fosse absolutamente necessário. Wang disse que sua esposa também não pode sair.
As autoridades "nos deram dois motivos: a cúpula dos Estados Unidos (de Joe Biden) sobre a democracia e também temem que participemos do Dia Mundial dos Direitos Humanos", disse o advogado.
A polícia de Pequim não fez comentários.
Desde quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos organiza uma cúpula online que reúne mais de 100 países, excluindo a China, para discutir os riscos que ameaçam a democracia em todo o mundo.
Xu Yan, uma ativista de direitos humanos e esposa do advogado preso Yu Wensheng, disse em sua conta no Twitter que um grupo a impediu de abrir a porta da frente de sua casa e que ela foi obrigada a ficar dentro de casa até sexta-feira à noite.
Todos os ativistas convidados para uma recepção organizada pela União Europeia (UE) por ocasião do Dia Internacional dos Direitos do Homem também foram impedidos de comparecer.
A decisão foi criticada pela delegação da UE na China, que denunciou a "violação sistemática" dos direitos civis e políticos na China.
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