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Estado de Minas VIENA

EUA tem pouca fé em acordo nas negociações sobre programa nuclear iraniano


09/12/2021 19:48 - atualizado 09/12/2021 19:51

Os Estados Unidos colocaram em prática "preparativos" para o caso de um fracasso diplomático em relação à questão nuclear iraniana, revelando as baixas esperanças de Washington quanto ao sucesso das negociações retomadas em Viena.

Diante dos avanços contínuos do programa nuclear do Irã, "o presidente pediu que sua equipe se preparasse caso a diplomacia fracasse. Isso requer preparativos", declarou nesta quinta-feira (9) a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, citando "sanções adicionais" contra as fontes de receita de Teerã.

"Propusemos um caminho diplomático, esse caminho permanece aberto", continuou Psaki, alertando, porém, que "estamos nos preparando para seguir um caminho completamente diferente", se necessário.

Paralelamente, os Estados Unidos e Israel conversaram sobre exercícios militares conjuntos para conter as ambições nucleares do Irã, dadas as difíceis negociações em Viena.

"Estou profundamente preocupado com as ações do governo iraniano na área nuclear nos últimos meses, suas provocações permanentes e sua falta de compromisso diplomático", criticou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ao dar as boas-vindas ao Pentágono ao seu homólogo israelense, Benny Gantz.

Austin comentou um exercício conjunto realizado recentemente no Mar Vermelho pelos Estados Unidos, Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein. "Continuaremos desenvolvendo essa arquitetura de segurança regional por meio de cooperação militar conjunta, treinamento e exercícios", alertou.

Gantz, por sua vez, disse ter "plena confiança no compromisso da administração dos Estados Unidos (...) em impedir que o Irã obtenha armas nucleares".

As conversas entre os países signatários do acordo nuclear de 2015 com o Irã foram retomadas nesta quinta-feira em Viena. Esse pacto, que visa impedir que Teerã adquira armas nucleares, foi abandonado após a retirada unilateral dos Estados Unidos três anos depois sob a presidência de Donald Trump.

Washington participa indiretamente das negociações para ressuscitar o acordo, enquanto as delegações de Reino Unido, China, França, Alemanha, Irã e Rússia voltaram a se reunir nesta quinta-feira, após se separarem na semana passada com divergências e acusações contra Teerã devido ao retrocesso das conversas desde a primavera no hemisfério norte.

Após "consultas úteis nas capitais" sobre a situação, os representantes se reencontraram "decididos a trabalhar duro" para chegar a uma solução, disse à imprensa o coordenador da União Europeia (UE), Enrique Mora, que monitora o processo.

"O sentimento de urgência", expressão usada com frequência ao se referir ao tema, "é mais agudo do que o habitual", insistiu Mora.

- "Negociar seriamente" -

O encontro entre os chefes das delegações das múltiplas partes (Rússia, China, França, Alemanha e Reino Unido) começou às 08h (horário de Brasília) no Palácio Coburgo, hotel de luxo da capital austríaca, e durou pouco mais de uma hora.

O embaixador russo, Mikhail Ulianov, referiu-se a uma "atmosfera construtiva" durante a reunião.

Este foi o reinício da sétima sessão após a rodada de negociações da primavera: iniciadas em abril e suspensas em junho por causa da eleição do novo presidente iraniano para serem retomadas em 29 de novembro.

O emissário americano, Rob Malley, que participa de forma indireta através dos europeus, "se unirá às negociações no fim de semana" próximo, afirmou na quarta-feira o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price.

"Deveríamos saber o mais rápido possível se os iranianos voltam para negociar de boa fé", acrescentou, advertindo que "a janela de lançamento" está se tornando "muito, mas muito estreita".

Teerã, por sua vez, reiterou o desejo de "negociar a sério".

"O fato de que ambas as partes insistam em prosseguir com as conversações demonstra que estão buscando aproximar suas posições", comentou o chefe das negociações que representa o Irã, Ali Bagheri.

O ministro das Relações Exteriores da União Europeia, Josep Borrell, falou com seu colega iraniano, Hossein Amir Abdollahian, na noite de quarta-feira.

Segundo uma fonte diplomática iraniana, Borrell pediu a seu colega para "responder às inquietações relativas ao programa nuclear atual", que se aprofundaram nos últimos meses.


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