O nono chanceler alemão do pós-guerra, que sucedeu na quarta-feira Angela Merkel e tomou posse de seu novo escritório na chancelaria, presidiu sua primeira reunião de crise sobre a covid-19 com as 16 regiões do país.
"Queremos atuar com rapidez e decisão quando for necessário", declarou Scholz após a reunião, enfatizando que queria "garantir que o maior número possível de cidadãos se vacinem", inclusive com terceiras doses de reforço.
apesar de uma aceleração nos últimos dias da campanha de vacinação, a situação sanitária segue muito agravada na Alemanha.
Nesta quinta-feira, Alemanha registrou mais de 70.000 novos infecções e 465 mortes relacionadas ao coronavírus, com uma taxa de incidência de 422,3 em sete dias.
Scholz, de 63 anos, pediu seguir o exemplo da Áustria, o país vizinho, que implementou a obrigatoriedade da vacina com o objetivo de aumentar a taxa de inoculação. O governo enfrentou diversos protestos contra essa medida.
Porém, antes de submeter a vacinação obrigatória ao voto nas próximas semanas, o governo deverá adotar uma posição sobre a vacinação das crianças.
Desta forma, os primeiros passos do novo ministro da Saúde, o social-democrata Karl Lauterbach, serão especialmente analisados nos próximos dias.
Segundo o diário Tagesspiegel, Scholz "encontra-se diante de uma chancelaria difícil", pois a pandemia também provoca amargas divisões na sociedade.
"Os debates estão sendo conduzidos de forma inflexível, estão se formando facções que dificilmente constroem pontes", disse o jornal.
No plano internacional, o novo chanceler participou por videoconferência da cúpula sobre democracia liderada pelos Estados Unidos.
Apesar de suas promessas de continuidade da política externa, os observadores internacionais estão atentos a qualquer mudança no tom do novo governo de coalizão de centro-esquerda, que pôs um fim a 16 anos da era Merkel.
Na sexta-feira será a vez do próprio Olaf Scholz viajar a Paris para sua primeira visita oficial, reservada à França, uma tradição respeitada por todos os seus antecessores. Em seguida, irá a Bruxelas, onde se reunirá com líderes europeus e o chefe da Otan, Jean Stoltenberg.
A ambientalista Annalena Baerbock, chefe da diplomacia alemã, já está em ação com visitas oficiais a Paris e Bruxelas nesta quinta-feira.
"A Europa é o eixo central de nossa política externa", disse Baerbock em um comunicado antes da visita.
BERLIM