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Estado de Minas BRASÍLIA

Copom eleva Selic em 1,5 ponto percentual, a 9,25%, diante da inflação persistente


08/12/2021 21:07 - atualizado 08/12/2021 21:15

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) anunciou nesta quarta-feira (8) uma nova alta da Selic, sua taxa de juros de referência, de 1,5 ponto percentual, para 9,25%, diante da inflação "elevada" e apesar da recessão econômica no país.

O aumento da Selic, em linha com as expectativas do mercado, é o sétimo consecutivo no ano e o segundo desta magnitude depois da alta de outubro.

Assim, a taxa de referência situou-se em um nível que não registrava desde meados de 2017.

"A inflação ao consumidor continua elevada. A alta dos preços foi acima do esperado, tanto nos componentes mais voláteis como também nos itens associados à inflação subjacente", isto é, sem considerar os componentes de maior variação, informou o Copom em um comunicado divulgado ao final de sua reunião de dois dias.

O comitê ponderou, ainda, um ambiente externo "menos favorável", com uma inflação persistente e "a possibilidade de uma nova onda da covid-19" após o aparecimento da variante ômicron, que aumenta as incertezas sobre a recuperação das principais economias do mundo.

O aumento tinha sido previsto pelo Copom em sua reunião do fim de outubro, quando também elevou a Selic em 1,5 ponto percentual, o maior salto da taxa de referência desde dezembro de 2002.

Um amplo consenso no mercado antecipava a decisão, segundo consulta entre mais de uma centena de instituições econômicas, realizada pelo jornal econômico Valor.

O comitê previu, ainda, outro ajuste da mesma proporção na próxima reunião, em fevereiro.

- Ciclo de alta -

O BCB iniciou o ciclo de altas em março, quando elevou pela primeira vez a taxa de juros depois de mantê-la em um mínimo histórico de 2% durante um semestre para promover a recuperação da economia, impactada pela pandemia.

Mas a inflação descontrolada acelerou o ritmo de aumentos da taxa de referência. Em 12 meses até outubro, o índice de preços ao consumidor subiu 10,67%. Desde janeiro, a alta foi de 8,24%.

As cifras estão muito longe da meta atual, estabelecida pela autoridade monetária em 3,75%, e de seu teto, em 5,25%. E as estimativas para a inflação ao final deste ano estão acima dos 10%, segundo o boletim Focus do Banco Central.

O banco Itaú antecipou a alta desta quarta-feira, considerando que "a pressão inflacionária segue intensa e disseminada".

"A manutenção do ritmo de ajuste de 1,5 p.p. e a elevação da Selic para patamar significativamente contracionista ajudarão no processo de desinflação", informou o banco.

- Recessão e metas superadas -

A estratégia de ajuste monetário do Banco Central acendeu o alerta sobre o impacto no crescimento que, segundo especialistas, será sentido nos próximos meses em uma economia já em retrocesso.

No terceiro trimestre, o PIB brasileiro sofreu contração (-0,1%) pelo segundo trimestre consecutivo, após uma queda (-0,4%) entre abril e junho. Enquanto isso, a indústria registrou em outubro sua quinta queda de atividade ininterrupta (-0,6%), e o desemprego continua alto, em 12,6%.

Apesar disso, a nota do BCB "é importante quando comenta sobre o ciclo de ajuste, que vai avançar significativamente em território contracionista", destacou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Mário Sérgio Telles, gerente de Política Econômica da Conferência Nacional da Indústria (CNI), disse à AFP que "o impacto direto [do aumento dos juros] diz respeito ao encarecimento do crédito às empresas, que, por sua vez, eleva os custos financeiros, seja para o capital de giro, seja para investimentos".

Com prognósticos de expansão de apenas 0,51% em 2022, ano eleitoral em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai tentar a reeleição, vários economistas destacam que o combate à inflação deveria incluir outras ferramentas sem depender exclusivamente das taxas de juros.

Daqui para frente, alerta o Itaú, os níveis atuais das taxas não serão "suficientes para garantir a convergência da inflação para a meta em 2022".

As projeções situam a inflação em 5,02% ao ano em 2022, segundo o boletim Focus. Se a previsão se confirmar, seria o segundo ano consecutivo em que se superaria a meta fixada pela autoridade monetária.


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