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Estado de Minas SUCESSÃO

Alemanha abre era pós-Merkel com aliança triparte inédita


25/11/2021 04:00

Membros do SPD, Verdes e FDP
Membros do SPD, Verdes e FDP caminham ao lado de Olaf Scholz (no Centro), que deverá assumir o cargo de primeiro-ministro da Alemanha em dezembro (foto: Odd Andersen/AFP)

Berlim – O futuro chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz, anunciou ontem um acordo para formar, junto aos Verdes e os liberais, o primeiro governo pós-Merkel no país, que enfrenta uma grave crise pela pandemia de Covid-19. Quase dois meses depois das eleições legislativas alemãs, marcadas por uma derrota histórica do campo conservador da chanceler, Olaf Scholz se prepara para sucedê-la no início de dezembro, com uma aliança tripartite inédita, fruto de uma habilidosa união entre seu partido, o SPD, os Verdes e os liberais do FDP.

Esses três partidos afirmaram que entraram em um acordo sobre um "contrato" de coalizão chamado "Atrever-se a mais progresso. Aliança para a liberdade, justiça e sustentabilidade", com grandes propostas ambientais, como adiantar o fim do uso do carvão para 2030, em vez de 2038.

"O SPD, os Verdes e o FDP entraram em um acordo para um contrato comum de coalizão nas negociações e sobre uma nova aliança de governo", disse, prometendo uma "coalizão de igual para igual". Essa combinação política nunca esteve no poder na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial.

"CHANCELER FORTE" 


Olaf Scholz "será um chanceler forte", prometeu o líder do FDP, Christian Lindner. O futuro chefe de governo, de 63 anos, e que ainda precisa ser empossado pelos deputados do Bundestag, prometeu que faria todo o possível para combater a nova onda de COVID-19 que abala o país, a pior desde o início da pandemia. Entre as medidas anunciadas, uma quantia de 1 bilhão de euros será destinada aos profissionais da saúde "particularmente exigidos" pela pandemia, disse Scholz.

A Alemanha também precisa analisar uma possível extensão da obrigatoriedade das vacinas, em vigor no Exército e em breve nos centros médicos. A formação de um governo na Alemanha vai tranquilizar os países europeus, preocupados ao verem a Alemanha sem ninguém no comando em um momento em que a pandemia se agrava.

Outra medida que a nova coalizão deseja implementar, segundo o acordo do governo, é a de legalizar a cannabis, cuja venda em "lojas autorizadas" será reservada ao consumo dos "adultos". "Isso permitirá controlar a qualidade, impedir a circulação de substâncias contaminadas e garantir a proteção dos jovens", diz o acordo, que detalha que "o impacto social da lei" será avaliado dentro de quatro anos. Em 2017, a Alemanha autorizou o uso da cannabis para fins terapêuticos. Além disso, o novo governo deseja retomar em 2023 as regras de rigor orçamentário, entre elas o freio ao endividamento.

“CONTRATO DE COALIZÃO” 

Olaf Scholz já deu seus primeiros passos no cenário internacional ao acompanhar Angela Merkel na cúpula do G20, que reúne os 20 países mais ricos do mundo, no mês passado em Roma. Pela primeira vez em 16 anos, o SPD, que venceu com 25,7% dos votos das eleições legislativas, liderará novamente o governo da principal economia da Europa. Resultado do compromisso entre os três partidos, o "contrato de coalizão" define todas as reformas econômicas, ambientais e políticas do próximo governo, cuja composição será oficialmente revelada em breve.

A candidata dos ambientalistas Annalena Baerbock, de 40 anos, deve estar à frente da diplomacia alemã, em um governo de paridade entre homens e mulheres, segundo a imprensa. O ministério das Finanças, um dos mais importantes, iria para o líder do FDP, Christian Lindner, defensor da linha ortodoxa dos déficits públicos. O co-presidente dos Verdes, Robert Habeck, deve se encarregar do grande Ministério do Clima, em um momento crucial na luta contra a mudança climática e em um país que está entre os mais poluentes do mundo.

Novos rostos em cargos-chave

Uma mulher à frente da diplomacia, um escritor ambientalista no "super" Ministério do Clima e um liberal nas Finanças são os favoritos para ocupar as principais pastas do futuro governo alemão, embora nunca tenham exercido cargos ministeriais federais. O social-democrata Olaf Scholz, que divulgou ontem o acordo alcançado para a futura coligação, fará parte do primeiro governo tripartite alemão, fruto de uma habilidosa união entre representantes do SPD, Verdes e liberais do FDP. Embora os nomes dos futuros membros do gabinete ainda não tenham sido divulgados, já é certo que os Verdes ficarão com as Relações Exteriores e um grande ministério para a proteção do clima, enquanto o FDP ficará com a pasta das Finanças. Confira os novos rostos que devem assumir esses cargos-chave na coalizão apelidada de "semáforo", que seria empossada no começo de dezembro.

Annalena Baerbock, do trampolim para a diplomacia

A ex-atleta e campeã de trampolim Annalena Baerbock, a candidata a chanceler dos Verdes, deve se tornar a primeira, e mais jovem, mulher a liderar as Relações Exteriores da Alemanha. Copresidente dos Verdes ao lado de Robert Habeck desde janeiro de 2018, ela é parlamentar há oito anos e se formou na prestigiosa London School of Economics. Baerbock, que encontrará em seu gabinete a espinhosa imigração e a disputa com Belarus, prometeu colocar os direitos humanos no centro da diplomacia alemã e tem defendido maior firmeza com a Rússia e a China.

Christian Lindner, "salvador" dos liberais, na Fazenda

O líder do Partido Liberal Democrático (FDP), terceiro na consulta de 26 de setembro, Christian Lindner, de 42 anos, deve ocupar o Ministério das Finanças da maior economia europeia, disputada pelos  Verdes nas negociações anteriores. Ele ingressou no FDP aos 16 anos e foi eleito deputado pela primeira vez em 2009, quando lutou para se impor na liderança do partido e foi apelidado de "Bambi". Em 2017, ele interrompeu as negociações para uma eventual coalizão com os conservadores e os Verdes liderada por Angela Merkel. Com ele, o FDP se radicalizou, às vezes flertando com a extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Robert Habeck, um escritor filósofo no meio ambiente

Com um grande ministério reunindo Economia e Proteção Climática, o ecologista Robert Habeck deve implementar o programa de medidas contra o aquecimento global acordado pela nova coalizão, principalmente o abandono do carvão até 2030. Cinquentão, chamado às vezes de "verde pálido", ele selou a vitória da ala centrista dos "grünen", menos radicais que os "fundis", ao obter a copresidência ambiental há quase quatro anos. Orador pragmático e talentoso, formado em filosofia, ingressou na política há apenas cerca de 20 anos, construindo sua experiência em nível regional como ministro do Meio Ambiente da região rural de Schleswig-Holstein.



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