"Os Emirados anunciaram um fundo de 10 bilhões de dólares para apoiar investimentos na Turquia", informou a agência oficial de notícias Wam.
O príncipe herdeiro foi recebido com honras em Ancara na quarta-feira pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, abrindo assim um novo capítulo nas relações entre dois ex-rivais regionais.
É o primeiro encontro entre os dois desde 2012 e espera-se que ajude a diminuir as diferenças entre eles. Ambos aspiram a um papel regional e têm pontos de vista diferentes em relação à Líbia ou ao Mediterrâneo Oriental.
O encontro, que suscitou grandes esperanças, ocorre em um momento em que a lira turca sofre outro colapso histórico: a moeda nacional perdeu mais de 40% em relação ao dólar desde o início do ano e a inflação se aproxima dos 20%.
"O principal objetivo desta visita é aumentar as trocas comerciais e econômicas por meio de investimentos lucrativos", disse o ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos, Sultan al-Jaber, ao canal local TRT Haber.
A Turquia é um "parceiro natural" para Abu Dhabi, insistiu.
A reunião deve ajudar a consertar a relação "entre dois grandes atores que tentam se impor na região", disse Hasni Adibi, professor de relações internacionais da Universidade de Genebra e diretor do Centro de Estudos e Pesquisas sobre o Mundo Árabe e Mediterrâneo .
As tensões entre os dois países aumentaram ao longo dos anos, principalmente desde o frustrado golpe de julho de 2016. Na época, o presidente Erdogan acusou o príncipe herdeiro de ser um dos instigadores, chamando-o de "o pior inimigo da Turquia".
As relações se deterioraram ainda mais em 2017, quando a Arábia Saudita bloqueou o Catar, um importante aliado de Ancara.
Mas Erdogan, isolado no cenário internacional, agora busca se aproximar das potências regionais, até mesmo de seus rivais.
DUBAI