"Apenas informação limitada pode ser fornecida, mas podemos reportar que os dois reféns que foram libertados estão seguros, de bom ânimo e sob cuidados", informou em um comunicado em seu site a igreja Ministérios de Ajuda Cristã, com sede nos Estados Unidos.
Os missionários e seus familiares - um grupo de 16 americanos e um canadense - foram sequestrados em 16 de outubro quando voltavam de um orfanato ao leste da capital, Porto Príncipe, região controlada por uma das gangues criminosas mais poderosas do Haiti.
A Ministérios de Ajuda Cristã tinha informado que os reféns são 12 adultos com idades entre 18 e 48 anos e cinco crianças com idades entre oito meses e 15 anos.
"Não podemos fornecer ou confirmar os nomes dos libertados, as razões de sua libertação, de onde são ou sua localização atual", acrescentou a congregação.
"Embora nos alegremos com esta libertação, nossos corações estão com as quinze pessoas que ainda estão cativas", prosseguiu.
A gangue "400 Mawozo" está por trás do sequestro e exigiu um resgate de um milhão de dólares por cada refém, informaram fontes à AFP. Nenhum detalhe sobre o tema foi divulgado pela igreja neste domingo.
- Sequestros frequentes -
Agentes do FBI, autoridades haitianas e a unidade antissequestro da polícia nacional vêm negociando com os sequestradores há mais de um mês.
Desde dezembro de 2020, a polícia haitiana procura o líder da gangue, Wilson Joseph, por crimes como homicídio, sequestro, roubo de veículo e interceptação de caminhões de carga.
O aumento recente dos sequestros no Haiti deixou em evidência o domínio crescente das gangues no país, o que as forças de ordem não têm conseguido conter.
As gangues tomaram o controle de grande parte de Porto Príncipe, que está mergulhada em uma intensa crise política, particularmente após o assassinato do presidente Jovenel Moise, em julho.
Os Estados Unidos alertaram seus cidadãos a não viajarem ao Haiti, em particular devido a sequestros que visam particularmente os americanos.
Na semana passada, tanto os Estados Unidos quanto o Canadá recomendaram adicionalmente que seus cidadãos residentes no Haiti deixem o país.
Mais de 800 pessoas foram sequestradas para pedido de resgate desde janeiro no Haiti, segundo o Centro de Análises e Pesquisas em Direitos Humanos (CARDH, na sigla em inglês).
Em abril, dez pessoas, incluindo dois clérigos franceses, foram sequestrados e mantidos como reféns por 20 dias pela "400 Mawozo" na mesma região.
PORTO PRÍNCIPE