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Estado de Minas WASHINGTON

Ambiente é descontraído na Cúpula dos Três Amigos, apesar de tensões


18/11/2021 21:27 - atualizado 18/11/2021 21:31

A Cúpula dos Três Amigos, entre Andrés Manuel López Obrador, Joe Biden e Justin Trudeau, acontece nesta quinta-feira (18) em um ambiente descontraído, mas sob a sombra das tensões comerciais e migratórias entre os países.

É a primeira cúpula deste tipo desde 2016, ressuscitada por Biden, após seu antecessor, Donald Trump, enterrar as conversas trilaterais. Como tem feito com seus aliados europeus e asiáticos, o presidente democrata quer estreitar as relações entre os três grandes países da América do Norte, que formam o Acordo México-Estados Unidos-Canadá (T-MEC).

Biden afirmou ao homólogo mexicano que defende uma relação "em pé de igualdade", baseada "no respeito mútuo" para um futuro promissor da região. López Obrador agradeceu, afirmando que, "desta maneira, não precisamos reafirmar nossos princípios de independência e soberania".

AMLO, como é conhecido o presidente mexicano por suas iniciais, trouxe a Washington uma mensagem de integração econômica e ajuda ao desenvolvimento como antídoto à migração clandestina, que destacou em seu encontro bilateral com Biden e em reunião com a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris.

"Vamos ajudar, a participar para a integração econômica da América do Norte e de todo o continente, fortalecer nossa região diante do avanço de outras regiões do mundo", declarou o presidente mexicano.

Integração econômica "com respeito à nossa soberania", defende o México, favorável a "produzir na América do Norte" o que a região consome. Mas na Cúpula de Líderes da América do Norte, nem tudo é um mar de rosas.

- Made in the USA -

Ecoando a ideologia preconizada por Trump, "Estados Unidos em primeiro lugar", Biden tenta revitalizar a base industrial americana, impulsionando sobretudo o mercado de energia limpa e veículos elétricos. E isso cria atrito.

Tanto o México quanto o Canadá estão alarmados com a proposta de Biden de créditos fiscais para promover a fabricação de veículos elétricos.

E Canadá e Estados Unidos desaprovam a reforma constitucional do governo mexicano para o setor elétrico, devido ao seu potencial impacto sobre os investimentos privados.

'Buy American', a política de Biden para incentivar a compra de produtos americanos, irrita seus vizinhos. O Canadá rotula isso como protecionismo.

- Migrantes "honrados" -

A migração é o outro entrave nas relações entre os países.

AMLO respaldou a iniciativa que Biden enviou ao Congresso para regularizar a situação de milhões de migrantes, porque isso beneficiaria pessoas "que vivem e trabalham honradamente", mas insiste que a migração deve ser uma opção, e não o resultado da miséria.

O presidente do México lembrou a Harris que é preciso "investir para que haja trabalho e bem-estar na América Central, para que as pessoas não sintam a necessidade de emigrar, que a migração seja opcional, não forçada".

Nesse sentido, disse estar ciente de que "já existe um plano do governo dos Estados Unidos para ajudar a América Central".

A migração, junto com os problemas na cadeia de abastecimento e na produção de vacinas contra a covid-19, são uma dor de cabeça para a qual o México pede soluções.

Um alto funcionário do governo Biden disse à imprensa que na reunião desta quinta serão discutidas soluções regionais.

Além da reunião com Kamala Harris, AMLO se encontrou com Trudeau no Instituto Cultural Mexicano. "Somos povos e nações irmãs", disse ao primeiro-ministro canadense.

Biden também destacou sua proximidade com Trudeau.

"É das relações mais fáceis que temos", afirmou o presidente americano, sentado ao lado do primeiro-ministro canadense na Sala Oval da Casa Branca.

Questões delicadas devem ser evitadas nesta quinta. Não se espera que falem sobre a situação em Cuba, assunto sobre o qual o México é muito crítico, por considerar "desumano" o embargo dos Estados Unidos à ilha.

Os três dirigentes não darão entrevista coletiva ao final do dia, mas farão um comunicado conjunto porque, segundo o chanceler mexicano, é algo "mais preciso".


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