Convocada por organizações sociais, sindicatos e grupos da coalizão governista Frente de Todos (peronismo de centro-esquerda), a manifestação ocorreu sob o lema "Todos unidos triunfaremos", frase da famosa marcha peronista que é cantada nos atos partidários.
"Há um presidente e uma vice-presidente (a ex-presidente Cristina Kirchner) que querem trabalhar na mesma direção", afirmou Fernández, afastando as versões sobre uma possível quebra no seio da coalizão.
O governo celebrou como um triunfo a recuperação que demonstrou no domingo em relação às primárias de setembro, apesar de ter sofrido uma derrota ao somar 7,6 milhões de votos em todo o país contra os 9,7 milhões obtidos pela coalizão de centro-direita Juntos, a principal oposição, liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri.
Os governistas perderam a maioria simples (37 de 72 senadores) no Senado, mas com 35 cadeiras permaneceu como o maior bloco, assim como na Câmara Baixa.
"O triunfo não é vencer, mas sim nunca desistir", lançou o presidente, único orador do evento aclamado pela multidão, de um enorme palco montado na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, a sede do governo.
"Ouvimos a mensagem das eleições (...). Está muito claro para mim que há muito a fazer e muitos estão à espera que este governo faça muito mais e vamos fazê-lo", acrescentou.
O presidente convidou a oposição a "construir juntos este país" com os setores "que não expressam ódio ou boicote", disse referindo-se às diferenças internas dentro da coalizão opositora.
Fernández afirmou que "a primeira meta é recuperar a economia de uma vez por todas". A Argentina está começando a emergir da recessão em que entrou em 2018, exacerbada pela covid-19 e pelo longo confinamento.
"Estamos iniciando a segunda etapa de nosso governo", disse Fernández, conclamando seus seguidores a "irem às ruas" para militar após uma paralisação forçada pela pandemia, que marcou os dois primeiros anos de sua gestão.
"Temos que fazer o que for necessário para que em 2023 possamos garantir uma vitória retumbante", acrescentou ele em referência às próximas eleições presidenciais.
BUENOS AIRES