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Estado de Minas MOSCOU

Belarus trabalha para 'devolver' imigrantes, e UE prepara sanções


15/11/2021 16:52

O governo bielorrusso afirmou, nesta segunda-feira (15), que trabalha para que os imigrantes que se encontram em sua fronteira com a Polônia "voltem" para seus países, no momento em que a União Europeia (UE) se prepara para aplicar sanções a Minsk por esta crise migratória.

Os países da UE vão adotar novas sanções contra Belarus "nos próximos dias", devido à crise migratória que causou nas fronteiras do leste do bloco, anunciou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, nesta segunda-feira (15).

De acordo com o diplomata, o novo pacote de sanções incluirá "um número significativo" de cidadãos e empresas bielorrussas por "facilitarem o cruzamento ilegal de fronteiras para a UE".

Borrell se pronunciou após uma reunião dos 27 ministros europeus das Relações Exteriores, em Bruxelas.

"Agora poderemos levar em conta especificamente aqueles que exploram migrantes vulneráveis e facilitam a travessia ilegal da fronteira para a UE", declarou Josep Borrell, referindo-se a uma "agressão híbrida" por parte de Belarus.

Também nesta segunda, o presidente bielorusso, Alexander Lukashenko, conversou por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, informou a agência estatal de notícias Belta.

Citando informações de um canal do Telegram próximo à Presidência, a agência Belta disse que os dois líderes conversaram por cerca de uma hora.

Este foi o primeiro telefonema de Lukashenko com um líder ocidental desde que o início da repressão contra os multitudinários protestos contra seu governo.

Segundo a imprensa local, os dois conversaram sobre como resolver a crise migratória, e a líder alemã destacou a necessidade de se oferecer ajuda humanitária aos imigrantes na fronteira.

O presidente bielorrusso afirmou que não quer um conflito em sua fronteira com a Polônia, país-membro da UE, e garantiu que está trabalhando na repatriação dos imigrantes. A maioria é procedente do Oriente Médio.

"Estamos trabalhando ativamente nesta zona para convencer as pessoas: 'por favor, volte para casa'. Mas ninguém quer voltar", disse Lukashenko à agência Belta.

Ainda segundo ele, Belarus poderia transportar os imigrantes para a Alemanha, com a ajuda de sua companhia aérea estatal Belavia.

"Se for necessário, vamos enviá-los para Munique com nossos próprios aviões", frisou.

"Gostaria de ressaltar: não queremos qualquer conflito na nossa fronteira. Seria completamente prejudicial para nós", acrescentou Lukashenko, ao mesmo tempo em que acusou a Polônia de "precisar" desta crise, em função de seus "problemas internos" e das tensões com seus parceiros da União Europeia.

Milhares de migrantes tentam há meses cruzar a fronteira Belarus-Polônia. As tensões dispararam na semana passada, quando os esforços coordenados para cruzar o limite encontraram os guardas de fronteira poloneses.

A UE acusa Minsk de criar esta crise, de forma deliberada, ao estimular os imigrantes a seguirem para a União Europeia, concedendo-lhes vistos e facilitando voos - em particular, do Iraque.

Mais cedo nesta segunda, antes de Borrell, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, havia declarado que a adoção de novas e firmes sanções contra Belarus era "inevitável".

Diante dessa perspectiva, Lukashenko respondeu: "Nunca fizemos isso (orquestrar a crise migratória) e não temos a intenção de fazê-lo. Se querem nos assustar com sanções, acham que estou brincando, mas, nada disso, vamos nos defender".

Neste contexto, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu hoje aos europeus que retomem o diálogo com Belarus, para encontrar uma saída.

O Kremlin também rejeitou as acusações da Polônia, que considera que a Rússia está por trás das crescentes tensões russo-ocidentais.

Nesta segunda-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou "equivocado" atribuir toda responsabilidade da crise a Minsk.

Ao mesmo tempo, a companhia aérea bielorrussa Belavia anunciou que sírios, iraquianos, afegãos e iemenitas não poderão mais voar de Dubai para Belarus.

"Conforme a decisão das autoridades competentes dos Emirados Árabes Unidos, os cidadãos do Afeganistão, do Iraque, do Iêmen e da Síria não estarão autorizados, a partir de 14 de novembro de 2021, a bordo de voos de Dubai, com destino a Belarus", disse a companhia em um comunicado.


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