A 10º Vara Criminal Liquidadora "condenou a 20 anos de prisão Manuel Vela, Sebastián Zevallos, José Arequipeño, Diego Arroyo e Andrés Fassardi pelo crime de estupro agravado contra uma jovem em Surco", informou o Tribunal Superior de Lima no Twitter.
Os condenados, que também "devem pagar 100 mil soles (25 mil dólares) em solidariedade", têm entre 23 e 24 anos, são amigos desde crianças e pertencem a famílias de classe média de Surco, um distrito de Lima.
Eles foram presos em outubro de 2020, depois que uma amiga de 21 anos relatou que havia sido drogada e estuprada durante uma noite na casa de um deles em Surco.
Os detidos admitiram que houve contacto sexual, mas alegaram que foi consensual. No entanto, exames médico-legais encontraram evidências de "agressão sexual" e que a vítima havia sido drogada com um benzodiazepínico.
O caso causou comoção no Peru e a imprensa local deu o apelido de "La Manada de Surco" aos cinco presos. Este e outros casos midiáticos estimularam uma manifestação em frente ao Palácio da Justiça de Lima para denunciar a "impunidade" dos agressores sexuais, em novembro de 2020.
Na Espanha, o caso de "La Manada", o estupro por cinco homens de uma jovem durante as festividades de San Fermín na cidade de Pamplona, em 2016, alcançou grande notoriedade. O julgamento, dois anos depois, desencadeou uma poderosa onda feminista no país.
Os cinco acusados, que chegaram a filmar o fato, foram condenados a nove anos de prisão por abuso sexual, e não por estupro (o que teria uma pena mais longa), o que levou dezenas de milhares de espanholas às ruas e multiplicou os pedidos pelo endurecimento do código penal.
Este ano, o governo espanhol elaborou um projeto, conhecido como lei do "solo sí es sí" (só sim é sim), para estabelecer a obrigação de consentimento explícito e suprimir a distinção entre abuso sexual e estupro.
LIMA