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Estado de Minas MOSCOU

Turquia impede iraquianos e sírios de embarcar em voos para Belarus


12/11/2021 08:47

Sob crescente pressão da Europa, a Turquia proibiu nesta sexta-feira (12) que cidadãos de Síria, Iraque e Iêmen comprem passagens e embarquem em voos para Belarus, país acusado de transportar migrantes para a fronteira da União Europeia (UE).

Em uma mensagem divulgada em sua conta no Twitter, a Direção Geral da Aviação Turca explica que esta medida, "decorrente dos problemas de travessias ilegais na fronteira entre Belarus e a União Europeia, permanecerá em vigor até nova ordem".

Pouco antes, a companhia aérea bielorrussa Belavia havia informado que, "em virtude de uma decisão das autoridades turcas competentes, os cidadãos de Iraque, Síria e Iêmen não têm autorização para embarcar em voos entre Turquia e Belarus".

O anúncio foi feito no momento em que milhares de migrantes, principalmente do Oriente Médio, estão bloqueados na fronteira entre Belarus e Polônia, em condições humanitárias deploráveis.

Há quase 2.000 pessoas, curdos em sua maioria, em um acampamento improvisado no lado bielorrusso da fronteira, à espera da possibilidade de entrar na Polônia e, portanto, na UE. A Polônia está bloqueando a passagem com um importante dispositivo militar na fronteira.

A UE acusa Belarus de organizar os deslocamentos de migrantes, entregando vistos e até fretando voos, para tentar criar uma crise migratória na Europa, em resposta às sanções internacionais contra o governo de Alexander Lukashenko.

O presidente foi reeleito em 2020 após eleições polêmicas que provocaram protestos em massa nas ruas e que foram violentamente reprimidos, o que motivou as medidas punitivas contra o país.

As autoridades europeias tentam há vários dias frear o fluxo de chegadas de Belarus e mantêm contatos com governos de países do Oriente Médio para tentar convencê-los a impedir o embarque destas pessoas em voos com destino a Minsk.

A Turquia é o primeiro país a tomar uma medida do tipo. Com dois aeroportos internacionais, Istambul, a principal cidade turca, é um importante centro de tráfego aéreo entre Oriente Médio e Europa.

Ancara havia afirmado na quinta-feira que "não tem nada a ver" com esta crise migratória.

- Novas sanções -

A crise, que preocupa cada vez mais a comunidade internacional, foi tema de uma reunião de emergência na quinta-feira do Conselho de Segurança da ONU.

Ao final do encontro, vários países, incluindo Estados Unidos, França e Reino Unido, acusaram Belarus de tentar "desestabilizar os países vizinhos" e "desviar a atenção de suas próprias e crescentes violações dos direitos humanos".

A Alemanha pediu o reforço das sanções contra Belarus e citou como possível alvo a indústria do potássio, que é crucial para a economia do país.

A UE anunciou que divulgará novas medidas contra Lukashenko na próxima semana.

Belarus ameaçou responder às possíveis sanções com a suspensão do funcionamento do gasoduto Yamal-Europa, que atravessa o país e fornece gás russo, combustível vital para os europeus em plena crise energética.

Mas o Kremlin garantiu nesta sexta-feira que as entregas de gás russo para a Europa não serão suspensas, apesar das ameaças de Lukashenko.

A Rússia "é e continuará sendo um país que cumpre todas as suas obrigações de entrega de gás para os consumidores europeus", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

- Migrantes bloqueados -

Na fronteira entre Belarus e Polônia, os migrantes estavam bloqueados entre as autoridades bielorrussas, que, segundo Varsóvia, os obrigam a avançar, em alguns momentos com tiros para o alto, e os guardas poloneses, que impedem seu avanço.

Milhares de migrantes, incluindo mulheres e crianças, criaram acampamentos improvisados e tentam evitar o frio com fogueiras.

De acordo com o jornal polonês Gazeta Wyborcza, 10 migrantes morreram na região desde o início da crise.

O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou na quinta-feira a entrega de ajuda humanitária de emergência, incluindo cobertores, roupas de inverno e fraldas para as crianças.

O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki acusou o regime de Lukashenko de "terrorismo de Estado" e afirmou que seu país era cenário de um "novo tipo de guerra", que utiliza os civis como "munição".

Para enfrentar o fluxo de pessoas na fronteira, a Polônia, país membro da UE e do espaço de livre circulação Schengen, enviou 15.000 militares, ergueu uma cerca de arame farpado e aprovou a construção de um muro.


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