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Estado de Minas ESTOCOLMO

Magdalena Andersson perto de virar 1ª mulher a governar a Suécia


04/11/2021 15:01 - atualizado 04/11/2021 15:05

Eleita como líder do Partido Social-Democrata, passo prévio para se tornar a primeira mulher a comandar o governo da Suécia, Magdalena Andersson, que é chamada de "bulldozer", terá muito trabalho para administrar a enfraquecida esquerda sueca.

Aos 54 anos, a economista herdará o posto do primeiro-ministro demissionário Stefan Löfven, a menos de um ano das complicadas eleições programadas para setembro de 2022.

"Concordei em ser presidente do partido porque sei que a Suécia pode fazer melhor e sei que são os social-democratas que devem levar a Suécia adiante", disse ela sob aplausos, explicando que estava "honrada" com seu novo cargo.

"Agora vamos continuar essa luta, camaradas, essa luta que estou ansiosa para liderar com vocês", acrescentou.

Ministra das Finanças de Löfven há sete anos, esta ex-nadadora de alto nível se define como uma "mulher simpática e trabalhadora", que gosta de tomar decisões.

Politicamente, no entanto, conquistou a reputação de firmeza e segurança, com um tom direto que contrasta com a moderação habitual da Suécia, destacam os analistas entrevistados pela AFP.

"Algumas pessoas dizem, inclusive, que têm medo dela, o que é bastante curioso vindo de professores de Economia, ou de cientistas políticos de elite", afirma Anders Lindberg, analista político do jornal Aftonbladet, próximo aos social-democratas.

Em um programa recente, o canal de televisão público SVT chamou-a de "bulldozer".

Em Bruxelas, Andersson sempre defendeu a contenção orçamentária, alinhada no ano passado com Áustria, Dinamarca e Holanda no clube dos "frugais". Estes países são contrários ao macroplano de estímulo econômico europeu.

Também em 2020 assumiu a presidência de um comitê consultivo do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Ela tem uma forma de argumentar que lembra um pouco Angela Merkel. O que ela quer dizer nem sempre está totalmente claro, mas termina por conseguir, porque ninguém mais sabe responder, enquanto ela domina todos os detalhes", acrescenta Lindberg.

O congresso do partido se reúne à tarde, em Gotemburgo, para a votação, em que Magdalena Andersson é a única candidata.

Depois, em uma data que ainda será definida, seu nome será submetido a uma votação mais complicada no Parlamento para ser nomeada primeira-ministra.

Aguardar até 2021 para ter uma mulher à frente do governo é quase uma anomalia histórica em um país muito avançado na igualdade de gênero.

Para Andersson, este pode ser um presente amargo, pois os social-democratas registram os menores índices históricos nas pesquisas, em consequência do desgaste de sete anos no poder.

Ela terá de enfrentar o partido conservador Moderados, que acabou com o isolamento do partido anti-imigração Democratas da Suécia e está disposto a governar com seu apoio parlamentar.

- "Elite intelectual" -

Esta é uma importante mudança política na Suécia, após uma década de crescimento da extrema-direita. Esta onda ultraconservadora foi alimentada pela hostilidade ao importante fluxo de refugiados que chegaram antes de Löfven optar, em 2015-2016, por uma abordagem mais restritiva.

Apesar de próxima a seu antecessor, Andersson tem uma trajetória muito diferente do ex-sindicalista metalúrgico.

"Ela gosta de se apresentar com bom soldado, que organiza os intervalos do café e prepara sanduíches nas reuniões do partido. Mas vem da elite intelectual", recorda Jonas Hinnfors, professor de Ciência Política da Universidade de Gotemburgo.

Nascida em Uppsala, capital acadêmica da Suécia, esta filha única de um professor universitário e de uma professora se destacou primeiro nas piscinas. Ela foi campeã nacional júnior de natação.

Em paralelo aos estudos na "Handels" de Estocolmo (a principal faculdade de Economia da Suécia) completados com uma passagem por Harvard, Andersson entrou na militância social-democrata aos 16 anos.

Em 1996, tornou-se assessora do primeiro-ministro Göran Persson e alternou períodos dentro do partido com o cargo de alta funcionária do governo.

"É alguém que vem de dentro do sistema", explica Anders Lindberg.

Antes inclinada à ala mais progressista do partido, seguiu para o centro da sigla, observa Hinnfors.

Seu primeiro desafio será impor sua marca, dizem os analistas.

Apesar de seu estilo notável, esta mulher casada com um professor da "Handels" e mãe de dois filhos esconde algumas surpresas. Por exemplo, sua canção preferida é "B.Y.O.B.", do grupo de heavy metal System of a Down.

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