Assim, o Fed vai reduzir as compras de títulos do Tesouro ou vinculados a empréstimos hipotecários, atualmente em 120 bilhões de dólares por mês, em 15 bilhões por mês, valor que será "ajustado" em função da evolução da economia.
A redução será de US $ 10 bilhões no caso de títulos do Tesouro e US $ 5 bilhões na compra de títulos.
O Comitê Monetário do Fed (FOMC) considera que "reduções semelhantes" ocorrerão a cada mês, com ajustes "se justificados pela evolução das perspectivas econômicas", segundo comunicado divulgado ao final de reunião iniciada terça-feira.
Assim, se a inflação for muito alta, a redução dessas compras será maior, antes de começar a aumentar as taxas referenciais, como forma de conter a alta dos preços.
O organismo, portanto, manteve suas taxas de juros baixíssimas na faixa de 0 a 0,25%.
Essas compras de ativos permitiram que o crédito continuasse fluindo e baixaram as taxas de juros de longo prazo, evitando a convergência da crise econômica com a crise financeira.
Mas a reativação está no caminho certo e a previsão é de que a inflação seja mais forte e persistente do que o esperado nos Estados Unidos, principalmente devido a interrupções na rede de abastecimento global em um contexto de forte demanda do consumidor.
Os dirigentes do Fed destacaram que "a inflação está alta e reflete principalmente fatores que deveriam ser temporários".
"Os desequilíbrios de oferta e demanda por conta da pandemia e da reabertura da economia vão contribuir para aumentos significativos de preços em alguns setores", resumiu.
Os preços subiram 4,4% em 12 meses até setembro nos Estados Unidos, máximo desde 1991, de acordo com o índice PCE.
O Fed destacou que "os setores mais afetados pela pandemia melhoraram nos últimos meses", embora "o aumento de casos de covid (devido à variante delta, nota do editor) tenha retardado seu restabelecimento.
- Taxas baixas -
O Fed cortou suas taxas de referência para níveis ultrabaixos para impulsionar o crédito e o consumo e teme que o aumento precoce das taxas de referência prejudique a recuperação do mercado de trabalho.
As empresas privadas contrataram 571.000 pessoas em outubro, informou a empresa de serviços ADP nesta quarta-feira, o último sinal de que a economia dos Estados Unidos está se recuperando da pandemia de covid-19.
O aumento do emprego foi maior do que os analistas esperavam. Empresas de todos os tamanhos agregaram vagas, a maioria no setor de serviços, incluindo lazer e hotelaria, duas áreas que foram muito afetadas pelas restrições da pandemia.
A taxa de desemprego, a ser divulgada na sexta-feira, deve cair ligeiramente para 4,7%.
Alguns bancos centrais já aumentaram suas taxas, por exemplo, na Noruega, Nova Zelândia e Brasil. A Inglaterra pode anunciar uma alta na quinta-feira.
O Banco Central Europeu (BCE), entretanto, manteve as medidas de apoio. Sua presidente, Christine Lagarde, considerou nesta quarta-feira um aumento nas taxas de referência em 2022 "muito improvável".
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, antecipa que "no próximo ano boa parte dos atuais gargalos ligados à reabertura" da economia vai desaparecer e "no decorrer do segundo semestre" a previsão é de que "as taxas de inflação retornem à média de 2%", segundo suas declarações nesta quarta-feira à rádio NPR.
WASHINGTON