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Estado de Minas PARIS

Certificado para orientar os investimentos para infraestruturas mais sustentáveis


02/11/2021 15:04

A construção de infraestruturas continua sendo fundamental para o desenvolvimento dos países mas, ao mesmo tempo, os investidores procuram projetos mais sustentáveis, alinhados com os objetivos do Acordo de Paris.

A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estimou em 2017 as necessidades anuais de investimento em infraestrutura em 6,3 trilhões de dólares para cumprir as metas de desenvolvimento econômico até 2030.

Quase dois terços desse montante iriam para investimentos em países em desenvolvimento, especialmente na Ásia.

Mas para que as novas infraestruturas cumpram os objetivos do Acordo de Paris de redução das emissões de gases com efeito de estufa, seria necessário investir mais 10% ao ano, ou seja, 6,9 trilhões de dólares.

"Nessas questões, ainda há uma clara diferença entre a perspectiva da Europa e do resto do mundo", dos Estados Unidos à China, passando pelos países em desenvolvimento, "embora esteja mudando", Gwenola Chambon e Mounir Corm, fundadores do fundo de investimento francês Vauban, especializado em infraestrutura, explicam à AFP.

O termo genérico "infraestrutura" abrange diferentes construções relacionadas com a urbanização: estradas, ferrovias, escolas, hospitais, tratamento de resíduos ou grandes projetos em telecomunicações e represas de água.

"As infraestruturas sustentáveis não são só as que dizem respeito às energias renováveis. Não se trata apenas de construir centrais eólicas, têm de ter um impacto global", por exemplo, para que consumam menos energia, afirmam Chambon e Corm.

As necessidades de financiamento são enormes e falta dinheiro: segundo a OCDE, o "déficit de investimentos" anual no mundo em infraestrutura seria entre 2,5 e 3 trilhões de dólares em 2018. Ou seja, cerca de 50% das necessidades que não são cobertas.

Por outro lado, são inúmeros os obstáculos que impedem os investidores que desejam investir neste tipo de projeto, principalmente em países em desenvolvimento: "pela instabilidade política e monetária, pela mudança para moeda local; além da instabilidade jurídica e da falta de transparência", nos projetos, explica à AFP Christian Deseglise, responsável por finanças e investimentos sustentáveis no banco britânico HSBC.

- Novo certificado -

O problema de falta de investimento tem sido reconhecido por instituições internacionais.

Nesta terça-feira (2), foi elaborado um certificado que identifica os projetos de criação de infraestruturas sustentáveis: "Sustainable Infrastructure Label (SI Label)", desenvolvido pelo think tank Fast-Infra, formado por instituições internacionais como a OCDE ou o Banco Mundial.

"Com dois objetivos: transformar infraestruturas em uma espécie de ativos" tornando-as mais acessíveis aos investidores, e "atrair investidores institucionais para infraestruturas de países em desenvolvimento", explica Deseglise, que participou na criação do certificado.

O SI Label se inspira nos títulos de dívida verde, que permitem atrair financiamento para projetos ambientais ou de combate às mudanças climáticas.

Para se beneficiar deste certificado, os projetos devem atender a um nível mínimo de cada um dos quatorze critérios ASG (ambientais, sociais e de governança) e resiliência. Pretende-se que os investidores possam identificar esses projetos com mais facilidade.

Embora não haja controles, "todos os dados são transparentes, o que deve limitar os riscos de branqueamento verde", diz Deseglise.

O desejo dos seus promotores é que este certificado seja rapidamente adotado por investidores e instituições locais, especialmente cidades, e que se torne uma referência para futuros projetos.

HSBC


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