"Os elementos da Unidade de Polícia Constituída egípcia", que circulavam em um ônibus, "sofreram inúmeros tiros da guarda presidencial sem prévio aviso ou resposta, quando não estavam armados", declarou a ONU em nota. Dois deles ficaram gravemente feridos.
Ao deixar a área após o tiroteio, a cerca de 120 metros da residência presidencial, o ônibus "atropelou uma mulher que perdeu a vida", acrescentou a Minusca, que "expressou suas condolências à família da vítima durante reunião no final do dia".
Os capacetes azuis da unidade policial haviam desembarcado naquele mesmo dia no aeroporto de Bangui como parte da rotação regular e destacamento de tropas na República Centro-Africana.
Eles estavam indo para sua base em um ônibus claramente identificado "com as iniciais UN", segundo Vladimir Monteiro, porta-voz da Minusca.
Procuradas pela AFP, as autoridades centro-africanas ainda não responderam.
Em outubro, o chefe das Nações Unidas, Antonio Guterres, denunciou "incidentes hostis" contra as forças de paz das Nações Unidas envolvendo "forças de defesa e de segurança mobilizadas bilateralmente".
Segundo a organização, os ataques contra seus funcionários podem "constituir crimes de guerra".
As Nações Unidas também denunciaram "a persistência de campanhas de desinformação" contra a Minusca.
"Tais ações impedem o cumprimento do mandato, colocam em risco as vidas dos mantenedores da paz e estão em contradição com os compromissos do presidente Faustin Archange Touadéra e do governo", disse Guterres, apelando às autoridades centro-africanas por "medidas concretas" para colocar um fim a tais situações.
Referiu-se também a "violações graves", como "obstrução à liberdade de circulação das patrulhas da Minusca, detenção ou prisão de (seus) membros, ameaças e tentativas de revistar veículos e residências do pessoal das Nações Unidas".
Entre 1º de junho e 1º de outubro, as Nações Unidas registraram sete ataques hostis contra membros da Minusca e 18 casos de assédio nas estradas por forças de segurança nacional.
Classificada como o segundo país menos desenvolvido do mundo pelas Nações Unidas, a República Centro-Africana mergulhou em uma sangrenta guerra civil após um golpe em 2013. O conflito continua, mas diminuiu consideravelmente nos últimos três anos, apesar do fato de que grande parte do território continua a escapar do controle central.
BANGUI