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Estado de Minas WASHINGTON

Congresso dos EUA corre contra o tempo para aprovar planos de Biden antes da COP26


27/10/2021 21:44 - atualizado 27/10/2021 21:49

A Casa Branca e a liderança democrata no Congresso dos Estados Unidos participaram de negociações frenéticas nesta quarta-feira (27) para resolver as disputas persistentes sobre o enorme plano de gasto social de Joe Biden, antes de o presidente viajar para as reuniões do G20 e da COP26 na Europa.

Embora o dia tenha começado com a esperança de um acordo, a perspectiva de um consenso ainda parecia distante nas primeiras horas da noite por desavenças sobre como financiar os 1,5 a 2 trilhões de dólares de gastos sociais.

De fato, um senador-chave de centro destacou sua resistência em planejar um novo imposto aos milionários.

Presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, pediu novas discussões na quinta-feira para avançar na agenda de Biden.

Segundo o Wall Street Journal, o presidente americano teria feito novas concessões na quarta-feira, como o abandono da licença de saúde, para tentar alcançar um acordo antes de partir para Roma para a cúpula do G20.

Biden espera apresentar a seus parceiros internacionais a imagem de um país comprometido com a transição energética, com o crescimento e, também, com a luta contra as desigualdades sociais e a evasão fiscal.

"Jardim de infância para todos. Investimentos climáticos históricos. Menores custos ao atendimento médico. Todos estão ao alcance. Façamos com que estes projetos de lei cruzem a linha de chegada", tuitou o presidente.

"Estamos muito perto" de um acordo, admitiu antes a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Seria "o maior investimento na história da luta contra a crise climática por parte dos Estados Unidos", declarou.

Para financiar estes vastos planos de investimento, que poderiam chegar a US$ 3 trilhões em um período de oito a dez anos, a ideia de um imposto para os super ricos foi apresentada nesta quarta-feira.

"O imposto de renda dos milionários se aplicaria a cerca de 700 contribuintes e permitiria arrecadar bilhões de dólares", diz a nova proposta patrocinada pelo senador democrata pelo estado do Oregon, Ron Wyden, responsável pela Comissão de Finanças do Senado.

Isso fará com que "as pessoas mais ricas do país arquem com uma parte justa para [financiar] investimentos históricos em favor do cuidado com as crianças, de férias remuneradas e da luta contra a mudança climática", detalhou.

A grande novidade do projeto é um imposto sobre os lucros e dividendos nas carteiras de ações dos detentores de grandes fortunas nos Estados Unidos.

- 'Alguns mais ricos' -

O texto de Wyden detalha que "apenas os contribuintes que ganham mais de 100 milhões de dólares anuais ou possuem mais de 1 bilhão de dólares em ativos por um período de três anos consecutivos seriam atingidos" pela proposta.

De acordo com versões que circularam na imprensa americana, a alíquota desse imposto seria de 23,8%.

Atualmente, um rico acionista de uma empresa como Elon Musk, fundador da Tesla, ou Jeff Bezos, da Amazon, não paga impostos sobre esses ganhos porque se considera que os mesmos não existem até que sejam efetivamente realizados.

"Alguns mais ricos" podem evitar o imposto mantendo indefinidamente esses ativos, que lhes permitem obter crédito e financiar seu modo de vida, segundo o texto da proposta, em referência à possibilidade de comprar casas luxuosas, iates e outros bens, usando esses títulos como garantia nos bancos.

"Em consequência disso, a classe média, as famílias cujas receitas são oriundas de seus salários, podem enfrentar taxas impositivas mais altas do que os multimilionários", denuncia.

Resta saber se a ideia será apoiada pelos democratas posicionados mais ao centro, em especial a senadora Kyrsten Sinema, do Arizona, que se opõe ao aumento de impostos, quando o partido possui uma maioria mínima no Senado.

Outro integrante da ala moderada do partido, o senador Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, também se mostra reticente a esse tipo de imposto. "Não me agrada a conotação segundo a qual visamos pessoas diferentes, que são pessoas que contribuíram fundamentalmente para a sociedade criando muitos empregos", explicou.

- Um acordo em breve? -

O imposto mínimo de 15% sobre a renda das multinacionais, que deve atingir cerca de 200 empresas no setor tecnológico e contribuirá para o financiamento dos programas de investimento de Biden, também voltou ao topo da agenda.

Kyrsten Sinema apoia esse imposto, pois considera que se trata de um "senso comum para garantir que as empresas muito rentáveis [...] paguem um imposto mínimo razoável sobre os seus lucros".

Os democratas estão discutindo dois programas: um para modernizar a infraestrutura do país, estimado em 1,2 trilhão de dólares, e outro com medidas sociais e ambientais, avaliado em US$ 2 trilhões.

Com esses dois projetos, Biden quer reformar a economia e garantir crescimento no longo prazo. Já a oposição republicana acusa o governo de promover uma política inflacionária.

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