"As licitações para 1.355 unidades de habitação nas localidades de Judeia e Samaria (nome utilizado por Israel para designar a Cisjordânia) foi publicada sob a direção do ministro da Construção, Zeev Elkin", afirma um comunicado.
As novas casas são adicionadas às anunciadas em agosto pelas autoridades, mais de 2.000, que devem receber esta semana a aprovação definitiva do ministério da Defesa.
O primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayyeh, pediu durante a reunião semanal de gabinete que todas as nações do mundo, Estados Unidos em particular, "enfrentem" Israel pela "agressão" que a construção dos assentamentos representa para o povo palestino.
A Autoridade Palestina está atenta à resposta da administração do presidente americano Joe Biden, que afirmou ser contrário à construção de colônias israelenses, algo que considera um obstáculo para uma solução ao conflito e a coexistência de dois Estados.
Ao mesmo tempo, Elkin, membro do partido de direita Nova Esperança, afirmou que "fortalecer a presença judaica (na Cisjordânia) é essencial na visão sionista".
As novas casas serão construídas em sete assentamentos judaicos, incluindo 729 em Ariel (norte da Cisjordânia), 346 em Beit-El (perto de Ramallah) e 102 em Elkana (noroeste da Cisjordânia).
A ONG israelense "Paz Agora", contrária à colonização, criticou o anúncio e afirmou que o "(novo) governo não é um governo de mudança".
"É triste ver que enquanto a extrema-direita comemora porque o Estado de Israel anexou quase toda Palestina, os membros do governo favoráveis à solução de dois Estados permanecem em silêncio", destacou a organização em um comunicado.
O primeiro-ministro palestino Shtayyeh afirmou que a comunidade internacional "deve agir para que Israel pague o preço de suas agressões contra nosso povo, sobretudo após a onda de construção de assentamentos".
Quase 475.000 colonos moram na Cisjordânia, onde convivem, entre tensões frequentes, com 2,8 milhões de palestinos.
A colonização israelense da Cisjordânia e a anexação de Jerusalém Leste, ilegal de acordo com o direito internacional, prosseguiram sob todos os governos israelenses desde 1967.
Nos últimos anos o processo acelerou sob a liderança do ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Seu sucessor, Naftali Bennett, lidera desde junho uma coalizão heterogênea que vai da direita radical até partidos de esquerda.
O anúncio acontece ao mesmo tempo que o governo israelense adota medidas para melhorar a qualidade de vida dos palestinos, mas sem abordar em nenhum momento a questão do processo de paz.
JERUSALÉM