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Estado de Minas BERLIM

Dois ex-soldados são detidos na Alemanha por querer criar grupo paramilitar


20/10/2021 08:37

A Justiça alemã anunciou, nesta quarta-feira (20), a prisão de dois ex-militares das Forças Armadas acusados de planejarem a criação de "uma organização terrorista" por meio de um comando paramilitar, segundo o Ministério Público.

As duas pessoas detidas tinham iniciado os preparativos para criar "uma unidade paramilitar de 100 a 150 homens", composta por ex-policiais ou soldados, com a intenção de intervir na guerra civil no Iêmen, aponta um comunicado do MP em Karlsruhe.

Seu objetivo era "pacificar a zona que está em guerra civil e forçar negociações de paz entre os rebeldes houthis e o governo iemenita", segundo o comunicado.

Arend-Adolf G. e Achim A., ambos de nacionalidade alemã, foram presos na madrugada desta quarta-feira por tentarem estabelecer uma "organização terrorista".

Achim A., "tentou com perseverança e durante muito tempo estabelecer um diálogo com funcionários do governo saudita", que lidera uma coalizão de apoio às forças governamentais do país vizinho.

Mas "todos os seus esforços foram em vão, porque as agências governamentais sauditas contactadas não mostraram nenhuma reação", indicou o MP.

Além de intervir no Iêmen, os dois suspeitos queriam oferecer os serviços de sua "sociedade militar privada" em outros conflitos.

A Arábia Saudita intervém no Iêmen desde 2015 à frente de uma coalizão para apoiar as forças pró-governo contra os rebeldes houthis, que controlam grande parte do norte do país, incluindo a capital, Sanaa.

Um dos acusados era responsável pelo recrutamento de mercenários e, segundo a Justiça, já tinha contactado pelo menos sete. O Ministério Público garante que ele pretendia propor-lhes salários de 40 mil euros por mês.

"Os dois suspeitos sabiam que a unidade que deveriam liderar seria inevitavelmente forçada a cometer atos mortais em sua missão", disse o MP.

"Além disso, também esperavam que civis fossem mortos ou feridos em suas operações de combate", acrescentou.

Ambos foram presos no distrito de Breisgau-Hochschwarzwald (sul) e em Munique (sul), segundo promotores. Seus apartamentos e outras propriedades foram revistadas.

De acordo com a revista Der Spiegel, os dois detidos haviam sido paraquedistas do Exército e mais tarde trabalharam para a empresa de segurança privada Asgaard.

Asgaard geralmente contrata ex-membros das unidades especiais do Exército alemão e da polícia.

Em 2010, a empresa causou revolta após assinar um contrato com opositores do governo somali e, em 2020, foi alvo de críticas depois que a mídia revelou que constituía um centro de operações para uma rede de extrema-direita.


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