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Estado de Minas DAMASCO

Ataques deixam pelo menos 27 mortos na Síria


20/10/2021 20:28 - atualizado 20/10/2021 20:31

Um atentado contra um ônibus militares em Damasco e um bombardeio um pouco depois contra uma cidade do noroeste da Síria controlada pelos rebeldes deixaram ao menos 27 mortos nesta quarta-feira (20).

Duas bombas que tinham sido instaladas no ônibus explodiram quando o veículo passava perto de uma ponte no centro da capital. Catorze ocupantes do veículo morreram e ao menos três ficaram feridos, segundo a agência oficial de notícias SANA.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ONG que conta com uma ampla rede de informantes no país, todos os mortos eram militares.

A mesma organização reportou horas depois a ocorrência de várias explosões na base militar de Al Tanf, usada pela coalizão liderada pelos Estados Unidos.

"Foram ouvidas explosões na base de Al Tanf, usada pela coalizão liderada pelos Estados Unidos", que combate o grupo Estado Islâmico, informou o OSDH, que não informou os possíveis autores do ataque.

A ONG sediada no Reino Unido destacou que um "ataque com um drone" provocou as explosões e que se desconhece se houve feridos ou mortos.

O ataque ao ônibus tinha sido o mais mortal na capital síria nos últimos quatro anos e ainda não foi reivindicado. No entanto, uma hora depois, as forças governamentais bombardearam a província de Idlib, o último reduto jihadista e rebelde no noroeste do país.

Uma fonte militar citada pela SANA explicou que o veículo estava com dois artefatos explosivos enganchados e que um terceiro dispositivo "caiu do ônibus após a explosão e foi desmantelado".

As imagens divulgadas pela agência síria mostram as equipes de emergência inspecionando o ônibus destruído em uma área muito concorrida do centro de Damasco.

A guerra na Síria, que começou em 2011 como resultado da repressão violenta às manifestações pró-democracia, perdeu intensidade nos últimos anos e os ataques deste tipo são cada vez mais raros, especialmente em Damasco.

"Fazia tempo que não víamos incidentes assim, pensávamos que isso tinha terminado", disse Salam, funcionário de uma mercearia do bairro.

Este foi o ataque mais violento na cidade desde o executado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) contra o Palácio de Justiça de Damasco em março de 2017, que deixou pelo menos 30 mortos.

Durante o conflito, a capital síria não foi tão atingida quanto outras regiões do país, sobretudo desde que militares e milícias aliadas conquistaram o último reduto rebelde próximo, em 2018.

- Bombardeio em Idlib -

Quase uma hora depois do atentado em Damasco, o exército bombardeou o reduto rebelde de Idlib e matou 13 pessoas - incluindo 10 civis - e um combatente, informou o OSDH. Segundo o Unicef, uma professora e quatro crianças que estavam a caminho da escola morreram.

Este é um dos ataques mais violentos desde a entrada em vigor de uma trégua em Idlib, em março de 2020, mediada por Rússia e Turquia, os dois principais atores estrangeiros no conflito sírio.

"Às 8 da manhã, acordamos com os bombardeios. As crianças ficaram aterrorizadas e gritavam, não sabíamos o que fazer nem para onde ir", declarou à AFP Bilal Trissi, pai de duas crianças e que mora perto do local atacado.

"Bombardearam o nosso bairro, o mercado. Crianças morreram. Não sabemos por quê, de que somos culpados?", questionou.

No hospital aonde foram levadas as vítimas, um correspondente da AFP viu um homem chorando junto ao corpo de uma menina de uns 10 anos.

Ao mesmo tempo, seis combatentes da principal milícia pró-regime, as Forças de Defesa Nacional, morreram e sete ficaram feridos em uma explosão em um depósito de munição da província de Hama, região central do país, segundo o OSDH. As circunstâncias do incidente não estão claras.

- Reconquista do regime -

Estes ataques abalam as mensagens do governo de que os 10 anos de guerra no país ficaram para trás e a estabilidade está garantida para iniciar o mais rápido possível os projetos de reconstrução e investimento.

O regime do presidente Bashar al-Assad se esforça para sair do isolamento internacional e registrou alguns progressos recentemente.

Apoiado ainda pelo Irã e por milícias aliadas, o exército recuperou quase todas as principais cidades da Síria.

Mas o país continua fragmentado. Os curdos, apoiados pelos Estados Unidos, controlam o nordeste do país, enquanto outras áreas do norte permanecem sob controle dos jihadistas e dos rebeldes, ou de forças turcas.


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