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Estado de Minas KONGSBERG

Hipótese de distúrbio mental ganha força sobre autor de ataque na Noruega


15/10/2021 11:51 - atualizado 15/10/2021 11:55

A investigação aberta após o ataque com arco e flechas na Noruega reforça a tese de que foi um ato provocado pelo "distúrbio mental" do acusado, que foi colocado em detenção em um centro médico, informou a polícia do país escandinavo.

"A hipótese mais forte após os primeiros dias de investigação é o da doença como pano de fundo", declarou o inspetor Per Thomas Omholt à imprensa, dois dias depois do atentado que deixou cinco mortos e três feridos.

"Mas deixamos a porta aberta para outras hipóteses", completou.

Entre as possíveis motivações do massacre, a princípio, a polícia mencionou a "revolta, a vingança, o impulso, a jihad, a doença e a provocação", explicou o inspetor.

As declarações reforçam as dúvidas sobre o estado psiquiátrico, e por consequência da responsabilidade penal, de Espen Andersen Bråthen, que admitiu ter assassinado cinco pessoas - além de ter deixado outras três feridas - na quarta-feira em Kongsberg, cidade do sudeste da Noruega.

O dinamarquês de 37 anos, suspeito de radicalização islamita, foi colocado em prisão preventiva nesta sexta-feira em uma instituição médica.

Bråthen permanecerá detido no local por quatro semanas, em isolamento total.

"Ele foi entregue aos serviços médicos na noite de quinta-feira, após uma avaliação de seu estado de saúde", disse à AFP a promotora responsável pelo caso, Ann Iren Svane Mathiassen.

O dinamarquês é objeto de uma avaliação psiquiátrica. As conclusões só devem ser divulgadas após vários meses.

As autoridades norueguesas afirmaram que o ataque de quarta-feira tem a marca de um "ato terrorista", mas também não descartam a possibilidade de ter sido cometido por alguém com distúrbios mentais.

"Não há dúvidas de que o ato em si apresenta indícios que sugerem que pode ser um ato terrorista, mas agora é importante que a investigação avance e que se esclareça a motivação do suspeito", afirmou na quinta-feira o comandante do Serviço de Segurança Norueguês (PST), Hans Sverre Sjøvold.

"É uma pessoa com idas e vindas no sistema de saúde durante algum tempo", acrescentou Sjøvold.

Vigiado no passado por suspeita de radicalização, Bråthen, convertido ao Islã há alguns anos, admitiu durante o interrogatório que cometeu o ataque, executado com um arco e flechas.

- Vizinhos inconsoláveis -

O acusado estava na lista de pessoas "fichadas" pelo PST, mas no momento poucas informações sobre a questão foram divulgadas.

De acordo com a imprensa norueguesa, Bråthen já havia sido objeto de duas condenações: a proibição no ano passado de visitar dois parentes depois que ameaçou matar um deles e por um roubo e compra de haxixe em 2012.

Vários meios de comunicação também divulgaram um vídeo de 2017 em que ele pronuncia sua fé muçulmana e faz "advertências".

Bråthen, que provavelmente agiu sozinho, de acordo com a polícia, matou quatro mulheres e um homem com idades entre 50 e 70 anos, em vários pontos de Kongsberg, uma pequena cidade de 25.000 habitantes que fica 80 quilômetros ao oeste de Oslo.

O novo primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, deve visitar a pequena localidade, muito abalada, nesta sexta-feira. Os moradores colocaram flores e velas nas ruas em homenagem às vítimas.

"Estou totalmente inconsolável. Nunca vou superar", disse à AFP Svein Westad, um aposentado de 75 anos, ao caminhar pela rua em que duas vizinhas foram assassinadas.

"Eles deveriam tê-lo capturado imediatamente", acrescentou, em referência à polícia, que foi criticada por demorar mais de 30 minutos para prender o agressor.

Um vizinho que pediu anonimato descreveu o dinamarquês como uma pessoa sombria. "Sem sorriso, nenhuma expressão no rosto. Ele ficava apenas olhando", disse. "E sempre sozinho".

As autoridades norueguesas conseguiram impedir vários planos de atentados islamitas nos últimos anos.

Mas dois ataques da extrema-direita na última década abalaram o país.

Em 22 de julho de 2011, o extremista Anders Behring Breivik matou 77 pessoas ao detonar uma bomba nos arredores da sede do governo em Oslo, antes de abrir fogo em um acampamento da juventude do Partido Trabalhista na ilha de Utøya.

Em agosto de 2019, Philip Manshaus atirou contra uma mesquita nos subúrbios de Oslo, antes de ser rendido pela multidão. O atentado não deixou feridos em estado grave. Antes do ataque, Manshaus assassinou por motivação racista sua irmã adotada, de origem asiática.


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