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Estado de Minas CARACAS

ONU exige 'investigação independente' após morte de militar ex-aliado de Chávez


13/10/2021 18:28

As Nações Unidas exigiram nesta quarta-feira (13) a realização de uma "investigação independente" sobre a morte do general reformado venezuelano Raúl Baduel, o militar que ajudou Hugo Chávez a regressar ao poder após um golpe, foi ministro de Defesa e estava preso no país sul-americano.

"Lamentamos profundamente a morte na prisão de Raúl Baduel. Pedimos à Venezuela que garanta uma investigação independente", escreveu no Twitter o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), órgão que é dirigido pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

Além disso, a ONU pediu a Caracas que conceda "atendimento médico para todos os detidos" e "que considere medidas alternativas à detenção e liberte aqueles que estão presos de forma arbitrária".

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, anunciou a morte na terça-feira (12), indicando que o general faleceu por complicações da covid-19 após receber tratamento médico. Além disso, o procurador afirmou que o ex-ministro já tinha sido imunizado com a primeira dose da vacina.

Contudo, os familiares de Baduel, que afirmaram terem se inteirado sobre a morte do general pelas redes sociais, negam a versão de que o ex-ministro estaria infectado pelo vírus.

"O regime assassinou meu amado e valente papai, Raul Baduel", escreveu a filha do militar, Andreína Baduel, no Twitter. "Recentemente, tivemos a fé de vida dele, É MENTIRA que ele tinha COVID-19", sentenciou.

Quando era comandante de uma base em Maracay, cerca de 200 km a oeste de Caracas, Baduel ajudou a restituir o poder a Chávez, após o golpe de Estado de abril de 2002, que o tirou brevemente do cargo. Em 2004 foi nomeado comandante geral do Exército, cargo que ocupou até 2006, quando foi nomeado ministro da Defesa.

Passou à reserva em 2007. No mesmo ano se tornou adversário do chavismo, ao expressar oposição a uma reforma da Constituição promovida por Chávez.

Em 2009 foi detido por acusações de corrupção. O ex-ministro cumpriu quase oito anos de pena e, depois de ser posto em liberdade em 2015, voltou a ser detido em 2017, acusado de conspirar contra o atual presidente, Nicolás Maduro, que o destituiu da Força Armada e o rebaixou.

- 'Fins políticos' -

O governo venezuelano, por sua vez, condenou a declaração da ONU em um comunicado do Ministério de Relações Exteriores, no qual não menciona o nome de Baduel.

"No país, não existem pessoas detidas arbitrariamente. Todas e cada uma das pessoas privadas de liberdade estão sujeitas a processos penais conduzidos pelos órgãos do sistema de justiça, com todas as garantias", diz o texto, no qual o ministério acrescentou que "garante a todas as pessoas privadas o gozo de seus direitos humanos, incluindo o direito ao devido atendimento médico".

"A Venezuela lamenta que a Acnudh ceda sistematicamente às pressões daqueles setores que pretendem seguir utilizando a questão dos direitos humanos com fins políticos, ao mesmo tempo em que invisibiliza as reformas estruturais adotadas pelo Estado venezuelano para fortalecer os direitos das pessoas privadas de liberdade", afirmou a Chancelaria.

Dois dos filhos de Baduel também foram detidos sob acusações de conspiração, o primeiro deles Raúl Emilio, que agora está em liberdade. Josnars Adolfo Baduel foi detido por suposta participação em uma incursão marítima em maio de 2019 que tentava a saída de Maduro. Ele continua detido.

Com a morte de Baduel, "já são 10 os presos políticos que morreram sob custódia", segundo o advogado Gonzalo Himiob, da ONG Foro Penal, dedicada a defender os presos políticos.


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