O desastre ocorreu na noite de segunda para terça-feira, por volta das 23h30, em Mongala, uma província florestal do noroeste da RDC, informou à AFP Nestor Magbado, porta-voz adjunto do governador provincial.
Ocorreu perto da aldeia de Engengele, a 24 km da capital provincial de Bumba.
Os corpos de 38 homens, 13 mulheres e 10 crianças foram recuperados, informou a mesma fonte na manhã deste sábado, estimando em cerca de 60 o número de desaparecidos. Existem 39 sobreviventes, acrescentou.
Na ausência de controle de passageiros, o número de desaparecidos é uma estimativa baseada no número aproximado de pessoas que a embarcação em questão poderia conter.
Não se tratava de um barco propriamente dito, mas de nove canoas motorizadas ligadas entre si, que partiram de uma aldeia rio acima e se dirigiam para Mumba, segundo Magbado.
"A sobrecarga agravada pelo mau tempo, com fortes rajadas de vento" naquela noite pode explicar o naufrágio, disse.
Estavam a bordo "alunos que regressavam a Bumba, comerciantes, mães comerciantes, todo o tipo de pessoa", detalhou o porta-voz.
Os proprietários das embarcações estão foragidos "e os serviços competentes estão mobilizados para encontrá-los", acrescentou.
A informação sobre a extensão do acidente só foi informada alguns dias depois pela mídia congolesa e confirmada à AFP esta manhã pelas autoridades provinciais.
Segundo Magbado, a província informou a Kinshasa do naufrágio logo após o evento, "mas tínhamos ressalvas sobre o balanço", explicou.
Os naufrágios são comuns na RDC, frequentemente com grande número de vítimas e perdas materiais. As embarcações costumam estar superlotadas e os passageiros não usam coletes salva-vidas.
O país, que possui uma superfície de 2,3 milhões de km2, tem muito poucas estradas transitáveis e as viagens são frequentemente feitas no rio Congo e seus afluentes, bem como nos lagos do leste, Kivu e Tanganica em particular.
Neste sábado, as buscas continuavam no Congo para recuperar outros corpos, liderados em particular pelo serviço provincial de ações humanitárias e Cruz Vermelha, "estamos lutando com os meios disponíveis", disse Magbado.
A esperança de encontrar outros sobreviventes "está diminuindo a cada dia", lamentou. Um luto provincial de três dias será observado a partir de segunda-feira.
KINSHASA