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Estado de Minas CASTELO DE BRDO

UE se recusa a adotar prazo de adesão dos Balcãs Ocidentais


06/10/2021 13:16

Os líderes da União Europeia (UE) se recusaram a adotar um cronograma fixo de adesão ao bloco pelos países dos Balcãs Ocidentais, em uma cúpula realizada na Eslovênia nesta quarta-feira (6).

Durante uma reunião que durou pouco mais de quatro horas, os líderes da UE reforçaram seu compromisso de manter as negociações abertas, mas sem oferecer qualquer progresso concreto em um processo de adesão que está paralisado há anos.

Os líderes dos 27 países do bloco se reuniram no Castelo do Brdo, na Eslovênia, com os representantes da Albânia, Bósnia, Sérvia, Montenegro, Macedônia do Norte e Kosovo, países que mantêm viva a ilusão de serem aceitos na UE.

"Consideramos os Bálcãs mais uma região da Europa e seus Estados-membros como Estados-irmãos que devem fazer parte da UE no horizonte mais próximo", disse o líder do governo espanhol, Pedro Sánchez, ao final do encontro.

No entanto, exortou os países dos Balcãs Ocidentais "a resolverem suas disputas internas e cumprirem a agenda de reformas, especialmente aquelas relacionadas ao estado de direito".

Por isso, embora o seu país não reconheça a independência do Kosovo, disse ter manifestado "a vontade da Espanha de continuar neste processo de diálogo e negociação" entre a UE e o grupo de países.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por sua vez, destacou que os Balcãs Ocidentais "fazem parte da mesma Europa que a UE. Temos uma história comum".

"A União Europeia não está completa sem os Balcãs Ocidentais", observou.

- Evitar a pressão -

No entanto, a chefe do governo alemão, Angela Merkel, disse que se opõe a definir um cronograma para a incorporação desses países porque coloca todo o bloco "sob pressão". Ela reforçou que a UE tem "um imenso interesse geoestratégico" na região.

Uma declaração aprovada em Brdo reafirma o apoio da UE ao processo de ampliação do bloco, embora indique que este deve funcionar com base em "reformas credíveis dos nossos parceiros" e também em "condições justas e rigorosas".

Além disso, destacou a importância de "manter e aprofundar" o próprio desenvolvimento para garantir a capacidade de integração de novos membros.

Por seu lado, os países balcânicos presentes reafirmaram a sua adesão aos "valores e princípios europeus" e o seu empenho em "levar a diante as reformas necessárias que sejam do interesse do seu próprio povo".

Em um parágrafo que destaca algumas das diferenças remanescentes, a Declaração aplaude o compromisso dos seis países dos Balcãs "com o primado da democracia, dos direitos e valores fundamentais e do Estado de Direito".

Também menciona "esforços contínuos na luta contra a corrupção e o crime organizado, apoio às boas práticas de governo, igualdade de gênero e direitos das pessoas que pertencem a minorias".

- "Não tenho ilusões" -

A relação da UE com este grupo de países atravessa uma delicada encruzilhada, porque os seis vizinhos já não escondem a frustração de anos de negociações que não deram os resultados esperados.

Enquanto isso, a espera pode fazer esses países decidirem em troca de laços mais estreitos com Rússia e China, duas potências com crescente influência na região.

A Rússia tem fortes laços culturais com os países de maioria ortodoxa, enquanto a China fez enormes empréstimos a todos os países da região.

O enigma da adesão, no entanto, enfrenta inúmeras dificuldades, como o veto estrito da Bulgária à adesão da Macedônia do Norte.

Os líderes da Bulgária e da Macedônia do Norte tiveram um breve encontro mediado pela Alemanha e pela França, mas não teve nenhum resultado positivo.

O presidente da Sérvia (país que não reconhece Kosovo), Aleksandar Vuciv, admitiu: "Não tenho ilusões de acesso rápido à UE", apesar de negociar esta medida desde 2009.


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