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Estado de Minas GENEBRA

Países doadores exigem 'compromisso total' da OMS para impedir violência sexual


01/10/2021 16:12 - atualizado 01/10/2021 16:13

Os principais financiadores da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre eles, Estados Unidos e a União Europeia exigiram, nesta sexta-feira (1), o "compromisso total" da entidade e seus dirigentes para prevenir a recorrência dos abusos sexuais cometidos por alguns de seus funcionários, especialmente na República Democrática do Congo.

"Vamos garantir que os compromissos assumidos pela liderança da OMS levem a uma maior responsabilidade, mais capacidade de ação e mudanças rápidas", afirmaram em comunicado conjunto, também assinado por Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Noruega e Reino Unido.

A declaração surge na sequência da publicação, na terça-feira, de um relatório devastador para a OMS, estabelecendo que 21 dos seus trabalhadores cometeram abusos sexuais contra dezenas de pessoas na República Democrática do Congo durante a epidemia de Ebola de 2018-2020.

O relatório da comissão de inquérito independente - lançada pelo diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus, após vazamentos na imprensa - denuncia "falhas estruturais" e "negligências individuais".

Tedros, que aspira a um segundo mandato em 2022, disse lamentar os crimes e prometeu "graves consequências" para os responsáveis, logo após a publicação da investigação.

Quando questionado por um jornalista se pretendia demitir-se, ele disse: "Já estive lá 14 vezes e esta questão não foi levantada. Talvez eu deveria ter perguntado", admitiu.

Após a declaração desta sexta-feira, a OMS, contatada pela AFP, não fez comentários.

Mas isso não foi suficiente para os países doadores, que consideram que os responsáveis pela organização não reagiram com força suficiente.

Os Estados que assinam a declaração dizem que estão "chocados" com as conclusões do relatório, que revelou dezenas de casos de exploração sexual em troca de promessas de trabalho. Também documentou nove estupros.

A declaração pede uma investigação aprofundada para determinar como foi possível que tais atos não tenham sido relatados "à liderança da OMS ou aos países membros."

- Tolerância zero -

Os signatários também alertaram que acompanharão o caso de perto.

"Trabalharemos em estreita colaboração com a OMS nas medidas precisas que a OMS deve tomar para garantir tolerância zero para a exploração sexual e a violência, e colocar as vítimas no centro de suas preocupações, ao responder a esses tipos de acusações", destacaram.

É a segunda vez que os principais países doadores da OMS intervêm tão fortemente neste caso.

No final de maio, cerca de 50 países membros da OMS expressaram publicamente sua indignação com o atraso nas investigações e a falta de transparência.

No entanto, os signatários elogiaram o fato de a instituição se comprometer a pôr em prática as recomendações da comissão de inquérito e de se distanciar dos responsáveis em questão.

Depois que o relatório foi publicado, a organização rescindiu os contratos de quatro deles, enquanto outros tinham contratos de curto prazo, disse Tedros.

Além disso, a OMS transmitirá as denúncias de estupro às autoridades nacionais da RDC, bem como aos países de origem dos supostos agressores.

A organização impôs uma licença administrativa a dois altos funcionários e, além disso, "foram tomadas medidas para garantir que outras pessoas que possam estar envolvidas sejam temporariamente privadas de qualquer papel de tomada de decisão" neste caso, prometeu Tedros.


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