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Estado de Minas LONDRES

Polícia de Londres fica no olho do furacão após condenação de agente por homicídio


01/10/2021 10:39

"Eu sinto muito", afirmou a chefe de polícia de Londres, Cressida Dick, que tem a renúncia exigida por muitas pessoas depois que um agente foi condenado à prisão perpétua, na quinta-feira (30), por estupro e assassinato - um caso que deixou a instituição no olho do furacão.

Se o tom da comissária Cressida Dick foi tão grave após a condenação de Wayne Couzens pelo sequestro, estupro e assassinato da londrina Sarah Everard, isto acontece porque, apesar de suas promessas de reconquistar a confiança da população, está em jogo seu futuro à frente da Scotland Yard.

A prestigiosa Polícia Metropolitana de Londres foi acusada de ter ignorado uma série de sinais alarmantes sobre o comportamento do agente de 48 anos.

Em 3 de março, Couzens, que havia encerrado a jornada de trabalho na embaixada dos Estados Unidos durante a manhã, sequestrou a executiva de marketing, de 33, quando ela retornava da casa de alguns amigos à noite, no sul de Londres.

Simulando uma detenção por infração ao confinamento contra a pandemia, o policial mostrou sua identificação, algemou Sarah Everard, colocou-a no carro, estuprou e estrangulou a vítima com um cinto. Depois, queimou seu corpo.

"Este homem envergonhou a polícia", declarou Cressida Dick, que reconheceu um "dano ao vínculo de confiança" da corporação com os cidadãos.

Apesar dos pedidos de renúncia, a ministra do Interior, Priti Patel, reafirmou sua confiança na primeira mulher a comandar a polícia de Londres, cujo mandato foi prorrogado recentemente.

A ministra advertiu, no entanto, que a instituição terá que responder a "questões sérias".

Couzens não foi investigado, apesar de vários alertas feitos nos anos e dias anteriores a seu crime.

Três dias antes do sequestro de Everard, ele foi acusado de exibicionismo em um McDonald's de Swanley, no sudeste da Inglaterra, e a placa de seu carro foi comunicada à polícia.

O subcomissário da Polícia Metropolitana, Nick Ephgrave, também admitiu que os controles prévios à incorporação de Couzens à força de segurança em 2018 não aconteceram da maneira adequada. Um veículo que ele havia usado foi identificado em outro caso de exibicionismo em 2015, na mesma região, mas seu nome não apareceu na investigação.

- Aprender a lição -

O secretário de Estado da polícia, Kit Malthouse, declarou à rede BBC na quinta-feira (30) que "uma das lições que teremos que aprender é onde estas investigações foram parar, por quê não apresentaram resultado".

O jornal The Times informa ainda que Couzens supostamente compartilhou conteúdos misóginos, racistas e homofóbicos com alguns colegas em um grupo de WhatsApp, o que está sendo investigado pela comissão de ética da polícia.

A policial Parm Sandhu, que já foi superintendente da Scotland Yard, denunciou uma cultura "muito sexista e misógina" dentro da polícia.

O assassinato de Sarah Everard provocou uma grande comoção no Reino Unido. Milhares de mulheres denunciaram nas redes sociais que foram ameaçadas, ou agredidas, em espaços públicos e pediram aos políticos que atuem contra a violência de gênero.

Outras mulheres foram assassinadas recentemente em locais públicos. Entre elas, estão as irmãs Nicole Smallman e Bibaa Henry, mortas em um parque em junho de 2020; e, em setembro, Sabina Nessa, uma professora que ia para um "pub" a cinco minutos de sua casa.

No primeiro caso, dois policiais foram acusados de falha grave por se fotografarem no local do duplo homicídio e por terem compartilhado as imagens.

A polícia londrina também foi criticada por sua intervenção violenta para dispersar uma manifestação em homenagem a Everard. O ato foi realizado quando as restrições contra a pandemia da covid-19 proibiam este tipo de reunião.

A Scotland Yard se comprometeu a intensificar os esforços, com centenas de agentes adicionais em locais públicos, e revisar a abordagem neste tipo de situação.

"Sabemos que temos que trabalhar para reconstruir a confiança", disse Ephgrave. "Faremos todo o possível para conseguir", concluiu.

Daily Mail


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