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Estado de Minas NOVA YORK

Prisões, disputa e batalha na Justiça: o caso Meng Wanzhou


24/09/2021 23:07

A prisão da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, em 2018 no Canadá, após um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, seguida da prisão de dois canadenses na China, gerou uma disputa sem precedentes entre Pequim e Ottawa.

Um acordo legal em Nova York abriu caminho nesta sexta-feira para a libertação de Wanzhou - filha do fundador da gigante das telecomunicações Ren Zhengfei - depois de quase três anos detida no Canadá. Segue abaixo a cronologia do caso:

- Procurada -

Em agosto de 2018, um tribunal de Nova York emitiu um mandado de prisão para Wanzhou Meng, número dois da Huawei, acusada de mentir para o HSBC sobre a relação da empresa de telecomunicações com a subsidiária Skycom, que vendia equipamentos para o Irã, colocando o banco em risco de violar as sanções dos EUA contra Teerã.

- A prisão -

Em 1º de dezembro, Wanzhou foi presa a pedido de autoridades americanas quando fazia uma conexão aérea em Vancouver.

Em 6 de dezembro, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que "não houve interferência política" e que o sistema judicial do Canadá agiu de forma independente em relação à extradição. Dois dias depois, a China ameaçou o Canadá com consequências graves.

- Dois Michaels presos na China -

Em 10 de dezembro, Pequim prendeu o ex-diplomata Michael Kovrig, funcionário do grupo de especialistas International Crisis Group, e o consultor empresarial Michael Spavor, os quais acusou de participar "de atividades que ameaçam a segurança nacional da China".

- Trudeau e Trump -

Em janeiro de 2019, Trudeau e o então presidente dos EUA, Donald Trump, denunciaram a "prisão arbitrária" dos dois canadenses na China. Ainda naquele mês, Trudeau demitiu o então embaixador canadense na China, John McCallum, por ter dito em entrevista à imprensa chinesa que Meng Wanzhou tinha bases sólidas para impugnar sua extradição aos Estados Unidos.

- Sentença de morte -

Também em janeiro de 2019, a tensão diplomática se intensificou quando um tribunal chinês condenou à morte o canadense Robert Lloyd Schellenberg, 36, em um novo julgamento expresso, por considerar que sua condenação anterior, a 15 anos de prisão por tráfico de drogas, era muito branda.

Após a sentença de morte, o Canadá atualizou a advertência contra viagens à China, pelo "risco de aplicação arbitrária das leis locais". Em resposta, a China alertou seus cidadãos para "os riscos" de viajarem ao Canadá, citando a prisão de Meng Wanzhou.

- Problemas comerciais -

Em março de 2019, Pequim citou "pragas perigosas" encontradas em remessas canadenses de canola para justificar a proibição da importação de sementes.

Em junho, a China suspendeu todas as importações de carne bovina e suína canadense, alegando a descoberta de certificados sanitários veterinários falsos. Em novembro, Pequim retomou a importação de carne canadense.

- Acusações formais -

Em junho de 2020, a China acusou formalmente Michael Kovrig e Michael Spavor, mais de 18 meses após a prisão dos mesmos por "espionagem estrangeira" e por "revelarem segredos de Estado".

- Pedido dos advogados -

Em janeiro de 2021, a Justiça rejeitou um pedido dos advogados de Meng Wanzhou para aliviar as condições da sua liberdade sob fiança, que incluíam toque de recolher, tornozeleira e supervisão diurna de guardas na mansão onde ela morava em Vancouver.

- Acordo de libertação -

Em 24 de setembro, Wanzhou chegou a um acordo com os promotores dos EUA para evitar acusações de fraude e ganhou a liberdade, durante uma audiência na corte de Vancouver. Ele viajou rapidamente para a cidade chinesa de Shenzhen.

- Volta para casa -

Michael Kovrig e Michael Spavor, que haviam sido julgados em março, foram soltos pouco depois e retornavam ao Canadá, segundo Trudeau.


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