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Estado de Minas BERLIM

Países da AL pedem suspensão de leilão de peças pré-colombianas na Alemanha


21/09/2021 11:31

Vários países da América Latina e do Caribe solicitaram a retirada de cerca de 320 objetos pré-colombianos que serão leiloados na Alemanha, nesta terça-feira (21), por considerarem que pertencem a seu patrimônio e sua venda é um atentado a seus "direitos fundamentais".

A venda viola "o direito internacional e, provavelmente, o direito alemão", protestaram em uma carta comum os representantes diplomáticos na Alemanha do Grupo da América Latina e Caribe, que reúne todos os países da região.

Todos consideram que esses objetos são "uma parte indissociável da identidade social e cultural" de seus países.

"Não é a primeira vez que se faz este tipo de leilão na Alemanha e na Europa, e tememos que não seja o último", afirmaram os embaixadores.

"Pedimos à opinião pública alemã, às autoridades e às empresas que entendam que esta transação não só tem bases jurídicas questionáveis, mas também fere os direitos fundamentais dos nossos povos", acrescentaram.

Em um comunicado, a casa de leilões Gerhard Hirsch Nachfolger declarou que todos os objetos disponibilizados para venda, alguns deles com mais de 2.000 anos, estão acompanhados de um "certificado que prova que sua presença na Alemanha é legal".

A casa de leilões tem sua sede em Munique, sul da Alemanha.

- "Vergonha" -

Em sua carta, porém, os embaixadores insistem na necessidade de pressionar as empresas que participam desse tipo de aquisições e também lamentam o "progresso insuficiente" na restituição de obras patrimoniais reivindicadas por países outrora colonizados.

"Eles deveriam ter vergonha", disse o embaixador panamenho na Alemanha, Enrique Alberto Thayer Hausz, em uma coletiva de imprensa de vários embaixadores latino-americanos em Berlim.

As peças a serem leiloadas procedem, principalmente, de México, Bolívia, Costa Rica, Panamá, Peru e Guatemala.

Entra elas, estão tigelas de cerâmica da zona de Coclé, no Panamá, estilo Coclé-Parita e Coclé-Conte, com um preço inicial entre 300 e 1.600 euros (352 e 1.878 dólares).

Na segunda-feira (20), o Ministério das Relações Exteriores do Panamá enviou ao governo alemão uma nota, na qual expressou "seu desacordo" com o leilão dessas peças que podem fazer parte do patrimônio histórico panamenho, "já que não há evidências de sua aquisição e exportação em condição legal".

O Panamá também protestou junto à casa de leilões e ao embaixador alemão no Panamá, exigindo que "sejam entregues as licenças de exportação dessas peças, bem como seus certificados de autenticidade".

Ao mesmo tempo, as autoridades panamenhas pediram à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o repatriamento destes objetos.

"Estamos tomando providências legais para recuperar as peças pré-colombianas que serão leiloadas. Vamos evitar o tráfico ilícito do nosso bem cultural!", escreveu o Ministério da Cultura nas redes sociais.


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