"Havia o risco de atentado contra a sinagoga de Hagen", confirmou o ministro regional do Interior da Renânia do Norte-Westfalia, Herbert Reul. "As forças de segurança provavelmente impediram", completou.
Para Reul, não há dúvida de que a ameaça estava "motivada pelo islamismo".
"Parece que, antes do início do Yom Kippur, foi possível evitar um atentado de motivação islamita", confirmou pouco depois Armin Laschet, candidato conservador à sucessão de Angela Merkel nas eleições de 26 de setembro e presidente da região.
Na quarta-feira à noite, a celebração do Yom Kippur na sinagoga de Hagen, cidade de 180.000 habitantes, foi bruscamente cancelada.
A polícia mobilizou vários homens armados e cães farejadores ao redor do templo religioso. Nenhuma bomba foi encontrada no local, ou em suas proximidades, segundo a força de segurança.
O acesso às ruas ao redor da sinagoga também foi bloqueado por "uma possível situação perigosa relacionada com uma instituição judaica", a sinagoga de Hagen.
Graças à investigação, foi possível identificar e deter o jovem sírio, completou a polícia.
- Possível ataque com explosivos -
O jovem é um sírio que mora em Hagen, confirmou o ministro. De acordo com a imprensa alemã, ele foi detido durante a manhã na estação de trem. Os outros três indivíduos foram detidos em suas casas.
Um serviço de Inteligência estrangeiro alertou as autoridades alemãs. O jovem sírio teria revelado um ataque iminente em um fórum de discussões monitorado.
O ataque aconteceria na quarta-feira à noite com explosivos de fabricação caseira, segundo a imprensa.
O caso aconteceu dois anos depois de um ataque contra uma sinagoga de Halle, também durante o Yom Kippur.
O autor, um extremista de direita, tentou entrar no local para abrir fogo contra os fiéis, mas não conseguiu. Antes de ser detido, porém, matou duas pessoas na rua e em um estabelecimento comercial. Foi condenado à prisão perpétua.
- Atos antissemitas em alta -
Os crimes antissemitas aumentaram nos últimos anos na Alemanha, com 2.032 delitos registrados em 2019, 13% a mais que no ano anterior.
O país enfrenta há alguns anos uma dupla ameaça, jihadista e de extrema direita, esta última considerada prioritária após vários ataques ou atentados frustrados.
O número de crimes cometidos por extremistas de direita aumentou em 2020 e atingiu seu maior nível no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
O partido de extrema direita AfD, que conseguiu representação no Parlamento em 2017, atribui este aumento à recepção no país de um milhão de refugiados sírios e iraquianos em 2015 e 2016.
Doze pessoas morreram em um ataque com um caminhão executado no fim de 2016 por um tunisiano radicalizado em um mercado de Natal no centro de Berlim.
BERLIM