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Estado de Minas PARIS

UICN é a favor de manter pesquisas sobre biologia sintética


10/09/2021 16:58

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) aprovou nesta sexta-feira (10) uma moção em favor das pesquisas sobre biologia sintética, o que inclui a capacidade de modificar geneticamente seres vivos.

A organização marcou um encontro para daqui a três anos para aprovar alguns princípios gerais sobre o assunto, em sua assembleia geral, transmitida on-line, que terminou nesta sexta em Marselha.

A moção foi aprovada ao fim de um inflamado debate que se arrastou por dias.

A cada quatro anos, a UICN reúne os maiores especialistas em biodiversidade, cientistas e ecologistas, além de Estados e povos indígenas.

O debate sobre se é ético modificar os genes de animais ou plantas invasores para reduzir ou acabar com essa ameaça à diversidade ecológica enfrenta dois lados do conservacionismo, ambos presentes em Marselha.

A moção reconhece que "o princípio da precaução merece atenção específica, já que algumas aplicações da biologia sintética podem levar a organismos com modificações complexas" e que "permanecem significativas lacunas de dados e conhecimento" sobre o tema.

Mas a pesquisa neste campo inovador deve continuar e, enquanto isso, a UICN deve iniciar "um processo inclusivo e participativo para elaborar uma política (...) sobre as repercussões do uso da biologia sintética".

A biologia sintética pode mudar radicalmente não apenas a maneira de enfrentar a ameaça de extinção de muitas espécies, mas também o tratamento de doenças.

Opositores, no entanto, consideram que os perigos da alteração do código genético são muito grandes.

Na seção final do debate nesta sexta-feira, países como Estados Unidos, África do Sul e Burkina Fasso se manifestaram a favor da aprovação da moção.

"Cerca de 14 mil pessoas morreram de malária no ano passado em Burkina Fasso", lembrou o representante do país. "Vimos com a covid como o mundo é capaz de se mobilizar" em termos de inovação, acrescentou o representante.

"A natureza precisa de mais pesquisas para entender melhor os possíveis benefícios e riscos. A moção mantém esse espaço para pesquisa", disse à AFP Carolina Torres, representante da organização Island Conservation.

A moção final inclui a expressão "engenharia genética", que é mais popularmente conhecida e pode ajudar a mobilizar os opositores, afirmou Tom Wakeford, da organização ETC. "A moção passou, mas com emendas que mantêm a esperança", declarou.


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