"Não tínhamos mais um propósito claro no Afeganistão", disse ele em um discurso solene um dia após a retirada final. "Esta é a decisão certa. Uma decisão sábia. E a melhor decisão para os Estados Unidos", afirmou Biden.
O presidente democrata, que assumiu o poder em janeiro, disse que tinha duas opções após o acordo que seu antecessor republicano Donald Trump fez com os talibãs em 2020: seguir o compromisso assumido pelo governo anterior ou enviar mais tropas e seguir lutando.
"Essa foi a escolha: entre sair ou escalar (o conflito). Eu não iria estender essa guerra para sempre, e não iria estender uma saída para sempre", explicou Biden na Casa Branca.
A operação de retirada de civis americanos e aliados afegãos antes da retirada final das tropas foi ofuscada por um ataque na quinta-feira passada reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico Khorasan (EI-K), que matou cerca de 100 afegãos, 13 soldados americanos e dois britânicos perto do aeroporto de Cabul.
"Seguiremos combatendo o terrorismo no Afeganistão e em outros países", prometeu Biden. "E para o EI-K: ainda não terminamos com vocês", avisou, anunciando que liderará "uma estratégia dura, implacável, focada e precisa".
Washington liderou uma coalizão internacional que invadiu o Afeganistão em 2001 para derrubar o então regime talibã por sua recusa em entregar o líder da rede islâmica Al Qaeda, Osama bin Laden, após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Durante seu discurso nesta terça, Biden elogiou o "sucesso extraordinário" da missão de evacuação dos americanos e seus aliados no Afeganistão.
Desde 14 de agosto, um dia antes de Cabul voltar às mãos do Talibã, os aviões dos EUA e seus aliados evacuaram mais de 123 mil civis a partir do aeroporto de Cabul em um período de 17 dias, segundo o Pentágono.
"Nenhum país conseguiu algo assim em toda a história", disse o presidente dos Estados Unidos. "O sucesso extraordinário desta missão se deve à incrível habilidade, bravura e coragem altruísta dos militares dos Estados Unidos e de nossos diplomatas e profissionais de Inteligência".
Washington continua determinado a evacuar os americanos restantes no Afeganistão, cujo número está estimado entre 100 e 200. "Para os americanos que permanecem lá, não há prazo. Continuamos comprometidos em removê-los se quiserem partir", garantiu Biden.
Os Estados Unidos anunciaram nas primeiras horas desta terça-feira, horário de Cabul, que haviam concluído a retirada dos últimos soldados americanos do Afeganistão.
Disparos de comemoração foram ouvidos em Cabul após o anúncio da saída definitiva do exército dos EUA, saudada como um êxito "histórico" pelos talibãs, que voltaram ao poder em 15 de agosto.
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WASHINGTON
Biden defende saída do Afeganistão como 'a melhor decisão para os EUA'
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