A consulta visa a reverter a lei que proíbe o suicídio assistido e pode ser realizada no próximo ano.
Entre os signatários está o jornalista e escritor Roberto Saviano, autor de diversos ensaios sobre a máfia napolitana.
"Assinei por livre escolha, para quem não tem possibilidade de ir para outros países onde a eutanásia é legal", explicou a Associação Luca Coscioni, uma das organizadoras.
A lei italiana pune o suicídio assistido com uma pena de 5 a 12 anos de prisão. No entanto, em 2019, o Tribunal Constitucional introduziu uma exceção para os casos em que "os pacientes são mantidos vivos através de tratamentos [...] e que sofrem de uma patologia irreversível, fonte de sofrimento físico e psicológico, que consideram intolerável, sendo integralmente capazes de tomar decisões livres e conscientes".
A eutanásia permanece inacessível a outras pessoas com doenças incuráveis e que causam sofrimento.
O referendo, sublinharam os seus promotores, permitirá, se for ratificado, autorizar "ajuda médica para a morte voluntária" de "doentes que necessitem desta ajuda externa para pôr fim ao seu próprio sofrimento".
Mario Adinolfi, presidente do pequeno partido cristão Popolo della Famiglia, denunciou a "campanha de marketing" em favor da "cultura da morte".
Por sua vez, os bispos italianos expressaram na semana passada sua "grave preocupação" com a coleta de assinaturas para descriminalizar o que chamaram de "homicídio consensual", que consideram "uma derrota do ser humano".
Desde abril, os partidários da aprovação da eutanásia começaram a recolher as assinaturas para a convocação do referendo.
ROMA