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Estado de Minas MÉXICO

Os descendentes do imperador asteca Montezuma e seu atraente legado


13/08/2021 13:36

Cinco séculos após a queda do império asteca, os descendentes de Moctezuma II têm apresentado diferentes reivindicações, desde justificativas para as acusações de traição até a cobrança de somas milionárias do México.

Estima-se que existam cerca de 500 herdeiros do imperador no México - incluindo o atual embaixador nos Estados Unidos, Esteban Moctezuma - e outros na Espanha, onde ostentam títulos de nobreza.

"Como provar que sou descendente do grande tlatoani (governante)? Através do censo dos pagamentos enfitêuticos", conta à AFP a historiadora Blanca Barragán Moctezuma sobre algumas extintas retribuições do governo.

Em sua casa na Cidade do México, ela exibe documentos que comprovam que sua família recebeu a "pensão Moctezuma" séculos atrás.

Os descendentes do tlatoani, filhos de sua filha Isabel, receberam essa retribuição anual - hoje entre 60.000 e 90.000 dólares segundo especialistas em valores - até 1934, quando foi eliminada. Sem sucesso, um descendente entrou em litígio para recuperá-la.

"Não havia discussão legal, talvez não houvesse mais dinheiro, era o México pós-revolucionário", nota Jesús Juárez, marido e advogado de Blanca.

As pensões eram "uma compensação pelo usufruto das terras dos descendentes de Isabel", explica Alejandro González Acosta, pesquisador da Universidade Nacional Autônoma (UNAM).

- A pioneira -

O rei espanhol Carlos V concedeu a Isabel o domínio de Tacuba, após a queda da Grande Tenochtitlan -capital do império- que completa 500 anos nesta sexta-feira.

Por que Isabel, falecida em 1550, foi privilegiada com este vasto território?

"Moctezuma tinha muitos filhos, mas Tecuichpo Ichcaxóchitl era a única legítima", explica Blanca, mencionando seu nome em náhuatl, falado por astecas e mexicanos.

Alguns estudiosos acreditam que foi para conter uma rebelião.

No entanto, Tecuichpo, que tinha sete filhos, é pouco conhecida, apesar de seus vínculos de poder. Aos 11 anos, após a morte de Moctezuma, ela se casou simbolicamente com seus sucessores: Cuitláhuac (tio) e Cuauhtémoc (primo).

Seus outros maridos eram espanhóis e ela vivia com Hernán Cortés, que segundo historiadores e descendentes a teria estuprado.

Por volta de 1528, deu à luz Eleanor, a quem rejeitou, diz Blanca.

Do quarto e quinto casamentos vieram maior parte da linhagem: Andrada-Moctezuma e Cano-Moctezuma.

Pablo Moctezuma, historiador e irmão do embaixador em Washington, é descendente da família Andrada.

Pablo foi prefeito de Azcapotzalco, setor do domínio de Tacuba.

- Os Moctezuma espanhóis-

A linhagem chegou à Espanha com Pedro, filho do imperador e de uma concubina, que foi levado para lá ainda criança, provavelmente para evitar um levante.

Em 1627, a coroa concedeu a um bisneto o título de Conde, elevado em 1992 a Duque de Moctezuma de Tultengo.

O atual Duque, Juan José Marcilla de Teruel-Moctezuma, critica a exigência do presidente mexicano, Andrés López Obrador, de que a Espanha peça desculpas pelos excessos na conquista.

"Não faz sentido exigir que o rei peça desculpas por algo que aconteceu há cinco séculos", disse ele.

Instalado em Granada, os Cano-Moctezuma detém o título de condado de Miravalle, criado no México em 1690.

"São mais uma família entre os descendentes", explica González Acosta, que conheceu a 12ª Condessa de Miravalle, Maricarmen Enríquez de Luna, falecida em 2014.

Mas jornais espanhóis como o Independiente de Granada apresentaram a condessa como "a primeira pessoa na ordem de sucessão ao império asteca", enquanto o El Mundo anunciava que o México tinha uma nova imperatriz "quando Carmen Ruiz Enríquez herdou o título".

Para González Acosta, tudo isso é "criação" da imprensa espanhola.

A mídia também reproduziu as tentativas dos Miravalles de recuperar a pensão em 1991 e 2003, junto com os Acosta, uma família mexicana descendente de Moctezuma. "São afirmações ridículas", disse Pablo.

Para Blanca, da família Cano, o legado é histórico. "Trabalho pelo reconhecimento dos meus avós Moctezuma e Tecuichpo, em particular dela, de quem a história oficial sabe tão pouco e tanto inventa".

Para González Acosta, a reivindicação permanecerá latente "porque há terras e herdeiros".


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