"A Comissão Estadual encarregada da pedofilia trata de 100 casos em que um membro do clero foi denunciado como autor de agressões sexuais contra uma criança menor de 15 anos", indicou a Comissão em seu primeiro relatório, que inclui 345 casos, e que foi apresentado à imprensa.
Nesta categoria, a Comissão apresentou à Procuradoria 55 pedidos de investigação, 36 deles relativos a casos em que os atos de pedofilia não foram denunciados às autoridades competentes.
Em 35% dos casos, os perpetradores são familiares das vítimas, disse a comissão.
O órgão, criado em 2019, também apresentou em seu relatório uma série de recomendações legislativas que visam agilizar os procedimentos e proteger melhor as vítimas de crimes contra crianças.
Indicou também que não recebeu, apesar de ter solicitado , documentação sobre casos de abusos contra crianças por parte da Igreja.
"Até agora, eles nos garantiram em várias ocasiões a disposição [da Igreja] de cooperar. Estamos muito satisfeitos, mas ainda não vimos essa promessa se tornar realidade", disse o presidente da Comissão, Blazej Kmieciak, aos repórteres.
No final de junho, a Igreja Católica revelou, no seu próprio relatório, que desde 2018 recebeu centenas de novas denúncias de agressões sexuais a menores por parte de membros do clero.
Ambos os relatórios coincidem com várias acusações dirigidas contra a Igreja - uma instituição muito influente na política polonesa - sobre alegados casos de pedofilia que as autoridades religiosas teriam encoberto, um assunto que até há pouco tempo ainda era tabu.
Em seu relatório, a Igreja aponta que de julho de 2018 até o final do ano passado foram registrados 368 casos de agressão sexual, cometidos de 1958 a 2020.
Segundo a Igreja, 39% das denúncias foram comprovadas. Cerca de 51% dos restantes casos estão sendo investigados, enquanto 10% das reclamações foram rejeitadas, principalmente por falta de credibilidade.
VARSÓVIA