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Estado de Minas BOGOTÁ

Colômbia pede que EUA declare a Venezuela um país 'promotor do terrorismo'


26/07/2021 21:11 - atualizado 26/07/2021 21:13

O presidente da Colômbia, Iván Duque, pediu nesta segunda-feira (26) aos Estados Unidos para declararem a Venezuela um país "promotor do terrorismo", devido à suposta proteção que oferece aos rebeldes que dispararam contra o helicóptero presidencial em 25 de junho.

"Obviamente, esse consentimento do governo ditatorial da Venezuela merece uma declaração por parte dos Estados Unidos como um país promotor do terrorismo", disse Duque em um evento no qual participou o embaixador dos EUA na Colômbia, Philip Goldberg.

"Essa declaração tem como objetivo não só desvendar essa relação conivente e nociva, mas também que eles possam tomar um caminho: ou continuar promovendo o terrorismo ou entregar o terrorismo às autoridades dos países que estão procurando por eles", acrescentou o presidente.

Os Estados Unidos consideram o Irã, a Coreia do Norte e a Síria como países promotores do terrorismo e, recentemente, voltaram a incluir Cuba nessa lista.

- "Não seja tão cínico" -

Duque acusou várias vezes o governo de Nicolás Maduro de fornecer refúgio a dissidentes das Farc e guerrilheiros do ELN em território venezuelano, o que Caracas nega.

Segundo a Colômbia, um comando desses grupos com apoio de um ex-militar disparou tiros de fuzil contra um helicóptero no qual Duque viajava na região de fronteira. Ninguém ficou ferido.

O ataque foi planejado da Venezuela por guerrilheiros que se afastaram do histórico acordo de paz firmado em 2016 com os rebeldes das Farc, disseram autoridades colombianas.

"Não seja tão cínico", reagiu no Twitter o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, dirigindo-se diretamente a Duque.

"Você está à frente de um narco-governo que exporta drogas e violência. Uma fábrica de terroristas no poder que liquidou a opção de paz interna e envia mercenários para gerar violência e assassinar presidentes na região".

Sem relações diplomáticas desde 2019, Duque lidera, junto com os Estados Unidos, a pressão internacional para destituir Maduro do poder, a quem chama de "ditador" e não reconhece como presidente após sua reeleição em 2018, que considerou fraudulenta. Em seu lugar, reconhece o líder da oposição Juan Guaidó.

Maduro denuncia com frequência os planos de assassinato e de destituição comandados por Bogotá e Washington, com o apoio da oposição venezuelana.

Colômbia e Venezuela compartilham uma fronteira porosa de 2.200 quilômetros.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, manteve nesta segunda-feira uma conversa por telefone com Marta Lucía Ramírez, chanceler e vice-presidente colombiana, no qual "reafirmou a aliança" entre os dois países.

Blinken "insistiu na importância de defender e promover a democracia na região, particularmente em Haiti, Nicarágua, Venezuela e Cuba", e agradeceu a acolhida na Colômbia de mais de 1,7 milhão de migrantes venezuelanos que fugiram da crise econômica, segundo um comunicado divulgado em Washington.

- "Não temos medo" -

Como parte da investigação do ataque ao avião presidencial, um capitão do Exército aposentado e três de seus cúmplices foram detidos, todos com supostos vínculos com os dissidentes que se afastaram do processo de paz.

Segundo as investigações, dois fuzis AK47 com a marca das Forças Armadas venezuelanas foram encontrados na área do ataque.

Os detidos também estariam por trás do carro-bomba que explodiu em 15 de junho em uma instalação militar na mesma região de fronteira e deixou 44 feridos.

No total, dez membros da Frente 33, grupo de dissidentes das Farc, foram presos pelos dois fatos.

Os "dissidentes das Farc que perpetraram o ataque à brigada 30 e também contra minha pessoa dizem que pretendem continuar com esses planos, (...) não temos medo de nenhuma dessas ameaças, não nos intimidam, não nos amedrontam, nem nos diminuem", disse Duque.

E ao mesmo tempo advertiu: "que fique claro (...) vamos desmobilizá-lo por completo, vamos vencê-lo e a nação colombiana se manterá firme contra qualquer forma de terrorismo".

A Colômbia, principal exportador de cocaína do mundo, enfrenta o pior recrudescimento da violência desde a assinatura do acordo de paz com as Farc.


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