O ex-todo-poderoso produtor de Hollywood, cuja queda é considerada uma grande vitória do movimento #MeToo - é acusado na Califórnia de estupro e agressões sexuais contra cinco mulheres. Ele pode pegar até 140 anos de prisão, além da condenação em Nova YOrk.
Weinstein, de 69 anos, deixou a prisão de Wende, no interior do estado de Nova York, pouco antes das 9h30 locais (10h30 de Brasília) e foi entregue "às autoridades competentes para transferência para o estado da Califórnia", disse um porta-voz da autoridade penitenciária de Nova York em um comunicado.
"Hoje Harvey Weinstein foi conduzido a Los Angeles", tuitou a polícia da cidade. "Após ter passado por um exame médico, será detido na delegacia do condado".
Os advogados do magnata se opuseram durante semanas a esta transferência, sobretudo por razões médicas. Mas o juiz Kenneth Case rejeitou seus argumentos e deu luz verde à sua extradição a Los Angeles em 15 de junho.
"Estamos decepcionados", afirmou um porta-voz de Weinstein à AFP, enquanto assegurou que continuará lutando para que o ex-produtor "receba tratamento médico e, logicamente, que seja tratado de forma justa".
Segundo a lei da Califórnia, o julgamento deve começar nos 120 dias posteriores a esta transferência, ou seja, até meados de novembro.
Em Los Angeles, Weinstein é acusado de ter violentado uma modelo italiana em um hotel de Beverly Hills em fevereiro de 2013, e depois de ter agredido sexualmente Lauren Young, uma atriz em ascensão, no banheiro de outro hotel.
O ex-produtor de cinema nega todas as acusações em Los Angeles e Nova York e diz que seus relacionamentos sempre foram consentidos.
No começo de abril, Weinstein apelou formalmente da sentença contra ele por estupro e agressão sexual em Nova York, recebida no começo de 2020, após um julgamento midiático em Manhattan, que foi considerado uma vitória do movimento global contra a violência sexual e o abuso de poder #MeToo.
Ao todo, cerca de 90 mulheres acusaram Weinstein de assédio ou agressão sexual.
LOS ANGELES