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Estado de Minas SÃO PETERSBURGO

Rússia busca garantir hegemonia no Ártico com estaleiro em São Petersburgo


15/07/2021 12:58

No estaleiro Baltiyski Zavod em São Petersburgo, guindastes e operários trabalham para construir quatro gigantescos quebra-gelos movidos a energia nuclear com o objetivo de garantir a hegemonia russa no Ártico.

Nesta região estratégica, rica em hidrocarbonetos, a Rússia decidiu se tornar a principal potência econômica e militar.

Depois de abrir e modernizar várias bases, a Rússia espera aproveitar o degelo causado pelas mudanças climáticas para desenvolver uma rota comercial.

É em Baltiyski Zavod, na ex-capital imperial russa, onde são construídos os quebra-gelos com os quais Moscou buscará garantir a navegação nesta Rota do Norte, mais curta que o Canal de Suez.

"A construção dos quebra-gelos mais poderosos do mundo para garantir a navegação durante todo o ano representa um passo gigantesco no desenvolvimento do Ártico e da Rota do Norte", disse Kirill Miadzouta, engenheiro responsável pela construção dos navios.

Fundado em 1856, o estaleiro Baltiyski Zavod é o único fabricante desses gigantes do mar movidos a energia nuclear, considerados os mais poderosos de sua classe.

Aqui todos os quebra-gelos soviéticos foram construídos, exceto o primeiro, o "Lenin", atualmente ancorado em Murmansk, mais ao norte, e transformado em museu.

Atualmente no estaleiro estão os navios "Sibéria", "Ural", "Sakha" e "Chukotka", todos batizados com o nome de regiões russas e que devem chegar ao porto de atracação em Murmansk, respectivamente, em 2021, 2022, 2024 e 2026, junto com a frota do órgão público russo Rosatom.

Destinados a operarem nas condições extremas do Grande Norte, esses imponentes navios medem 173,4 m de comprimento por 52 m de altura. Segundo seus construtores, podem penetrar em blocos de gelo de 2,8 m de espessura.

Apostando no impacto econômico do desenvolvimento do Ártico, a Rússia não poupou recursos em sua frota de quebra-gelos, que custa 340 milhões de euros (US $ 408 milhões) por unidade.

Mil pessoas trabalham na fabricação de cada barco, que leva de cinco a sete anos.

- Navios necessários -

Oleg Chapov, futuro capitão do quebra-gelo "Sibéria", está na Sibéria há seis meses para acompanhar a fase final de construção.

"É um navio muito bom, o segundo do projeto 22220. Será ainda melhor que o 'Arktika', seu antecessor, porque o caminho a seguir já é conhecido", disse Chapov à AFP, acrescentando que agora terá que começar a contratar a tripulação.

O "Arktika", apresentado como o quebra-gelo mais poderoso do mundo, entrou em serviço em 2020 com grande pompa após sua construção no estaleiro Baltiyski Zavod.

"Nós realmente precisávamos desses navios para o Ártico", afirmou o capitão Chapov.

"A parte oriental do Ártico está completamente congelada e sem quebra-gelos russos, a navegação durante todo o ano é impossível", disse Leonid Grigoriev, especialista da Escola Superior de Economia de Moscou.

Para a Rússia, o desenvolvimento da Rota do Norte, que ligará o Atlântico ao Pacífico em tempo recorde, vai simplificar o envio de hidrocarbonetos para o Sudeste Asiático.

O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, disse no ano passado durante a inauguração do "Arktika" que esses navios "permitirão desenvolver totalmente o potencial da Rota do Norte" e "garantir a superioridade russa no Ártico".

Um novo recorde foi alcançado no inverno passado, quando os navios do grupo russo Novatek conseguiram fazer essa rota marítima sem a ajuda de um quebra-gelo.

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