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Estado de Minas HAIA

Peter de Vries, o incansável jornalista holandês aclamado como 'herói nacional'


15/07/2021 12:41

O jornalista holandês Peter R. De Vries, que morreu após ser baleado com vários tiros em Amsterdã em 6 de julho, era um sólido defensor da justiça, que se tornou famoso pelas suas reportagens sobre o sequestro do 'barão da cerveja', Freddy Heineken, na década de 1980.

Sua família informou seu falecimento nesta quinta-feira (15), após ficar entre a vida e a morte em um hospital depois que recebeu vários tiros, um deles na cabeça, em uma rua central. Dois suspeitos compareceram brevemente à Justiça na última sexta-feira.

De Vries, de 64 anos, foi criado em uma família religiosa de Amstelveen, nos subúrbios de Haia e ganhou uma grande reputação como repórter policial no jornal popular De Telegraaf, para o qual cobriu o sequestro de Heineken, uma notícia que rodou o mundo todo.

"Ele conseguiu quebrar o círculo interno de dois dos sequestradores, Cor van Hout e Willem Holleeder", segundo o jornal belga Nieuwsblad.

Em 1987, escreveu "O sequestro de Alfred Heineken", uma obra na qual narrou o ocorrido a partir da perspectiva de Van Hout. Baseado em entrevistas com os dois sequestradores, o livro se tornou um 'best-seller' na Holanda.

No entanto, para De Vries o caso ainda não havia terminado. Em 1994, ele se encontrou no Paraguai com um terceiro sequestrador, Frans Meijer, extraditado à Holanda em 2002.

O célebre jornalista se dedicou depois à televisão, na qual conduziu seu próprio programa voltado para casos criminais, chamado "Peter R. de Vries, Repórter do Crime".

Seu trabalho gerou particularmente a libertação em 2002 de dois cunhados que foram condenados pelo estupro e assassinato de uma aeromoça. No final, a polícia prendeu um novo suspeito em 2008, que foi condenado a 15 anos de prisão.

- "Herói nacional" -

De Vries ganhou fama internacional em 2008, quando foi premiado com um Emmy pela sua reportagem sobre o desaparecimento da americana Natalee Holloway em Aruba.

O jornalista tinha uma preferência especial por casos não resolvidos - "cold-cases" - que incluíram especialmente o assassinato de Nicky Verstappen, um menino de 11 anos que desapareceu de um acampamento juvenil em 1998 e antes de ser assassinado foi sexualmente abusado.

De Vries se tornou o porta-voz da família da vítima quando, em 2018, o caso ganhou um novo rumo, o que levou à condenação de um suspeito.

Após o ataque do qual foi vítima, a prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, descreveu Peter de Vries como um "herói nacional", um "jornalista corajoso", "incansável na busca pela justiça, totalmente independente e com um espírito livre".

De Vries comparecia frequentemente como testemunha nos tribunais, consequência de sua experiência em vários casos, entre eles o julgamento contra Willem Holleeder pelo assassinato de Cor Van Hout (sequestradores de Heineken), em 2003.

De acordo com observadores, esse papel fez dele um alvo do mundo do crime. Durante uma audiência particularmente acalorada, Holleeder não hesitou em chamá-lo de "criminoso sujo".

Desde o ano passado, De Vries atuava como conselheiro e confidente da principal testemunha de acusação no caso contra Riduan Taghi, classificado antes de sua prisão em 2019 em Dubai como o criminoso mais procurado na Holanda, que liderava uma rede comparável a uma máquina de matar, de acordo com o Ministério Público.

Em 2019, De Vries destacou em um tuíte que, segundo informações policiais, se encontrava em uma lista de pessoas que Riduan Taghi pretendia assassinar.


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