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Estado de Minas AMSTERDÃ

Morre jornalista holandês baleado em Amsterdã


15/07/2021 17:52 - atualizado 15/07/2021 17:55

Baleado em 6 de julho em Amsterdã, o jornalista investigativo holandês Peter R. De Vries, de 64 anos, não resistiu aos graves ferimentos e faleceu - informou sua família em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (15) pelo veículo RTL.

"Peter lutou até o fim, mas não conseguiu vencer a batalha. Morreu, rodeado daqueles que o amam", afirma a nota.

"A morte de Peter R. de Vries me afeta profundamente. É algo quase inconcebível", tuitou o primeiro-ministro Mark Rutte.

De Vries ficou entre a vida e a morte em um hospital após levar vários tiros, um deles na cabeça, em uma rua central da capital holandesa. O jornalista acabava de deixar o estúdio de uma emissora de televisão, depois de participar como convidado de um programa.

Testemunhas escutaram cinco disparos, informou a rede de televisão pública NOS.

Flores, velas e mensagens de apoio foram se acumulando no local onde foi atacado. Nesta quinta-feira, assim que se soube de sua morte, centenas de pessoas compareceram para homenageá-lo.

"É incrível o que aconteceu (...) Tão injusto", disse Marina Loeve, de 55 anos.

De Vries "não se considerava um herói, ele tinha os pés no chão", disse Verena Postma, de 20 anos. "Ele sempre lutou para nunca ceder ao crime ou à ameaça", acrescentou.

- "Grande perigo para o jornalismo" -

O falecido era bem conhecido na Holanda por suas investigações jornalísticas. Ele também aparecia como porta-voz de vítimas ou no círculo mais próximo das pricipais testemunhas. Recebeu várias ameaças de morte ao longo de sua carreira.

Dois suspeitos compareceram ao tribunal holandês na sexta-feira e o juiz estendeu sua detenção. Eles foram identificados pela mídia local como Kamil E., um cidadão polonês de 35 anos que mora em Maurik, no centro do país, e Delano G., 21, que mora em Rotterdam.

O atentado gerou uma onda de reações de seus colegas de profissão e personalidades políticas, dentro e fora do país.

"Seu assassinato é um novo episódio de uma série assustadora na Europa", onde "o crime organizado representa um grande perigo para o jornalismo", disse nesta quinta-feira em um tuíte o secretário-geral da Repórteres sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire, que lembrou recentes assassinatos em Malta, na Eslováquia e Grécia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse no Twitter estar "profundamente entristecida".

"Os jornalistas investigativos são essenciais para nossas democracias. Devemos fazer todo o possível para protegê-los", acrescentou.

- "Orgulhosos e inconsoláveis" -

Há um ano, Peter de Vries era o conselheiro e confidente da principal testemunha de acusação no julgamento contra Ridouan Taghi, considerado antes de sua prisão em 2019 em Dubai como o criminoso mais procurado na Holanda por uma grande questão envolvendo drogas.

Em 2019, o jornalista havia declarado que, segundo informações da polícia, estava na lista de pessoas ameaçadas de morte por Taghi. Em setembro deste ano, o advogado de uma testemunha de acusação foi baleado em Amsterdã em plena luz do dia, na frente de sua esposa.

"Peter viveu de acordo com suas convicções: 'Não é possível ser livre de joelhos'", disseram sua família e sua atual companheira em um comunicado conjunto.

"Estamos imensamente orgulhosos dele e ao mesmo tempo inconsoláveis", acrescentaram.

Após o ataque, De Vries foi aclamado como um "herói nacional", um defensor fervoroso da justiça, que se tornou conhecido em seu país e fora dele pelas suas informações sobre o sequestro do 'barão da cerveja', Freddy Heineken, na década de 1980.

"É uma perda indescritível", disseram em uma nota conjunta o RTL Boulevard, programa no qual De Vries aparecia frequentemente como convidado, como ocorreu no dia do atentado.

"A influência de Peter será sempre mais forte do que qualquer ato de ódio", acrescentaram.

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