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Estado de Minas JOANESBURGO

Exército sul-africano é mobilizado para conter distúrbios


15/07/2021 14:18 - atualizado 15/07/2021 14:19

O Exército sul-africano mobilizou seus reservistas, e o governo se prepara para enviar milhares de soldados para conter a violência que abala o país há quase uma semana, com um balanço atualizado de 117 mortos.

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15), o ministro Khumbudzo Ntshavheni informou que o número de mortos desde o início dos protestos subiu para pelo menos 117 pessoas, 26 delas na região em torno de Joanesburgo e 91 na província de KwaZulu-Natal, lar do grupo étnico zulu. Além disso, 2.203 pessoas foram presas.

Após uma onda de saques e incêndios que se espalhou no fim de semana passado na esteira dos primeiros incidentes na região zulu (leste), ligados à prisão do ex-presidente Jacob Zuma, Joanesburgo estava relativamente calma nesta quinta.

Por conta própria, em um país onde poucos podem contar com um Estado cronicamente deficiente, vários moradores começaram a limpar e reparar os estragos.

No centro de Joanesburgo, muitas lojas permaneceram fechadas nesta quinta, enquanto alguns comerciantes, proprietários e funcionários esvaziavam suas vitrines. As ruas permaneciam bloqueadas por barricadas e carcaças de carros incendiados.

"Não adianta ficar com raiva. Você tem que arregaçar as mangas agora", disse um morador que não quis se identificar.

"Os danos são terríveis. As pessoas estão tentando salvar o que podem", relatou Michael Sun, chefe da segurança na capital econômica do país, do partido de oposição Aliança Democrática.

"E a pior parte é que muitos comerciantes não têm seguro. Eles não têm a quem recorrer para pedir indenização", completou.

Pela manhã, nenhum novo local de saque foi relatado na cidade.

Ainda assim, o Exército se prepara para aumentar suas tropas nas ruas, com o objetivo de estabilizar esta relativa calma em Joanesburgo e pacificar as zonas mais tensas - em particular, as grandes cidades de Kwazulu-Natal (KZN, leste), o porto de Durban e sua capital Pietermaritzburgo, onde os incidentes continuam.

A rodovia que liga Joanesburgo a Durban foi liberada de seus últimos bloqueios, colocados no dia seguinte à prisão de Jacob Zuma. Envolvido em vários escândalos de corrupção, o ex-presidente continua popular em sua região de origem.

- 15 mortos em Phoenix -

Na segunda-feira (12), o presidente Cyril Ramaphosa autorizou o envio de 2.500 soldados. Ontem, o governo dobrou esse número.

Poucas horas depois, o ministro da Defesa anunciou sua intenção de mobilizar 25.000 soldados para lidar com a emergência, dez vezes mais do que o número inicial.

"Todos os reservistas devem se apresentar na madrugada de quinta-feira em suas respectivas unidades", disse o general Lawrence Mbatha, chefe do Exército, na noite de quarta-feira.

O ministro da Polícia, Bheki Cele, saudou um "certo nível de segurança" ao regressar a Joanesburgo e disse esperar que a colaboração do Exército "ajude a reverter a situação explosiva em partes de KwaZulu-Natal".

No terreno, esses anúncios são recebidos com alívio.

"A convocação do Exército é uma coisa boa, porque, no nosso país, as pessoas têm muito mais medo de um soldado do que de um policial", disse à AFP Musa Mbele-Radebe, de 30 anos, que participa das operações de limpeza no devastado shopping Jabulani, em Soweto.

"Foram necessários apenas quatro soldados para controlar a situação aqui, quando havia milhares de pessoas presentes", contou.

Em outros lugares, como no município de Vosloorus, ao sul de Joanesburgo, os cidadãos fizeram a lei, espancando supostos saqueadores antes de entregar alguns, algemados, à polícia, de acordo com uma equipe da AFP.

Em KZN, o ministro da Polícia viajou à noite para Phoenix, uma "township" a noroeste de Durban, onde 15 pessoas morreram desde o início da semana. A situação continua tensa nesta área.

Cele observou que as "tensões raciais têm alimentado os distúrbios" em Phoenix, ligados a grupos que buscam "proteger sua vizinhança de saqueadores". Testemunhas e internautas evocam a violência da comunidade de origem indiana contra a população negra.


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