"As reuniões das equipes técnicas proporcionaram avanços e entendimentos sobre temas fundamentais do programa econômico do governo. (...) Em particular, avançaram-se concretamente nos entendimentos sobre as políticas de desenvolvimento do mercado de capitais nacional, a administração tributária e o desenvolvimento dos setores geradores de divisas", disse o Ministério da Economia argentino em comunicado nesta terça-feira.
O FMI, por sua vez, qualificou como "produtivas" as reuniões realizadas entre 8 e 12 de julho e observou que "as discussões se concentraram em políticas para fortalecer a recuperação, a estabilidade econômica e a criação de empregos".
"Nosso objetivo é apoiar a Argentina no enfrentamento de seus desafios econômicos e de balanço de pagamentos de forma duradoura", reiterou o organismo multilateral em comunicado.
A Argentina busca um novo programa de crédito com o FMI para substituir o assinado em 2018, pelo então presidente Mauricio Macri (liberal), e cuja reta final seu sucessor Alberto Fernández renunciou ao assumir o cargo em dezembro de 2019. O acordo foi de um total de 57 bilhões de dólares, mas o país recebeu cerca de 44 bilhões de dólares.
Neste ano, a Argentina pagou ao FMI 300 milhões de dólares em juros de sua dívida em fevereiro e outros 300 milhões em maio. Ainda estão pendentes juros de 350 milhões de dólares em agosto e 400 milhões em novembro. Também há vencimentos de capital de 1,9 bilhão de dólares em setembro e 1,9 bilhão a mais em dezembro.
Além desses valores, a Argentina enfrenta vencimentos com o FMI de quase 40 bilhões de dólares entre 2022 e 2023, cifra inacessível para este país que atravessa seu terceiro ano de recessão e está excluído do mercado de capitais em meio a pandemia do coronavírus.
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