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Estado de Minas LONDRES

Deputados britânicos aprovam controverso corte da ajuda ao desenvolvimento


13/07/2021 13:52

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson superou, nesta terça-feira (13), a oposição de vários deputados, incluindo alguns conservadores, e conseguiu que o Parlamento aprovasse um controverso corte da ajuda ao desenvolvimento para compensar o impacto econômico da pandemia de coronavírus.

O Executivo de Johnson decidiu reduzir sua generosa ajuda internacional de 0,7% para 0,5% do Produto Nacional Bruto (PNB) em 2021, passando de 15 bilhões de libras (21 bilhões de dólares, 17 bilhões de euros) para 10 bilhões de libras (14 bilhões de dólares, 11 bilhões de euros).

Após receber uma chuva de críticas sobre suas repercussões humanitárias e diplomáticas, o governo afirmou que o nível de ajuda será restabelecido assim que a crise for superada e convenceu a maioria dos deputados.

A Câmara dos Comuns aprovou por 333 votos contra 298 uma declaração do ministro das Finanças, Rishi Sunak, segundo a qual o objetivo será retomado quando o Reino Unido não precisar mais se endividar para financiar os gastos correntes e a dívida diminuir.

No entanto, a medida, que reverte um compromisso adotado por lei em 2015, foi mal recebida por alguns conservadores, incluindo a ex-primeira-ministra Theresa May, que votaram contra, assim como o opositor Partido Trabalhista.

"Continuamos de acordo que o Reino Unido deve destinar 0,7% do nosso PNB à ajuda ao desenvolvimento" e "a única questão é quando", disse Johnson na abertura dos debates. Ele lembrou que a pandemia teve "consequências inevitáveis" no gasto público.

O governo britânico gastou mais de 400 bilhões de libras para amenizar os efeitos econômicos das restrições e confinamentos, provocando um déficit público sem precedentes.

Manter a ajuda ao desenvolvimento em 0,7% geraria, segundo Sunak, "consequências para a situação fiscal, incluindo os impostos e os atuais planos de despesa pública".

A ONG Oxfam lamentou nesta terça-feira o corte, descrevendo-o como um "desastre para os mais pobres do mundo" em um momento de grande necessidade devido às guerras, à mudança climática e ao coronavírus.

Eliminar a ajuda internacional no ano em que o Reino Unido recebe a conferência sobre o clima COP26 em Glasgow em novembro é um "grave erro estratégico que arruína as chances de sucesso e prejudica a presidência britânica", segundo o think-tank sobre o clima E3G.

Referindo-se ao presidente dessa conferência, Alok Sharma, o diretor do E3G, Nick Mabey, disse à AFP: "Como pode pressionar (outros países ricos) quando nós estamos fazendo isso?".


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