"Roberto David Castillo teve participação na presente causa como coautor do crime de assassinato", anunciou a juíza em audiência pública.
O tribunal convocou uma nova audiência para 3 de agosto, a fim de definir a pena de Castillo, gerente geral da Desarrollos Energéticos S.A. (Desa) e militar reformado. Na sessão de hoje, foi revelado o conteúdo de telefonemas entre Castillo e sete pessoas condenadas em 2019 a penas de 30 a 50 anos de prisão pelo assassinato da ambientalista, ganhadora do Prêmio Goldman de Meio Ambiente 2015.
Berta Cáceres, coordenadora do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (Copinh), foi assassinada por ordem da Desa, por se opor - com manifestações de indígenas - à construção de uma hidrelétrica no rio Gualcarque, especificou a juíza.
A resolução "é um grão de areia na justiça pelo assassinato de minha mãe", disse Laura Zúniga. "Hoje nos sentimos felizes. O povo hondurenho está farto de tanta impunidade e morte. Falta o próximo passo", acrescentou. A família Cáceres e a liderança do Copinh exigem a punição de Castillo e dos sócios da Desa, membros de famílias influentes de banqueiros.
Castillo foi preso em 2018, como suposto autor intelectual do assassinato. Segundo a promotoria, o militar reformado e dois executivos da Desa que estão entre os cinco condenados contrataram os matadores que tiraram a vida da ambientalista.
TEGUCIGALPA