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Estado de Minas ROMA

Israel expressa aos Estados Unidos reservas sobre negociações com o Irã


27/06/2021 16:08

O novo ministro das Relações Exteriores de Israel expressou ao chefe da diplomacia dos Estados Unidos as "sérias reservas" de seu país a respeito das negociações com o Irã sobre o acordo nuclear, durante um encontro neste domingo em Roma.

"Israel tem sérias reservas sobre o acordo nuclear do Irã que está sendo elaborado em Viena. Acreditamos que a forma de discutir estas divergências é por meio de conversas diretas e profissionais, não em entrevista coletivas", afirmou Yair Lapid a Antony Blinken.

Lapid também afirmou que durante os "últimos anos foram cometidos erros" na relação bilateral entre a administração do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-presidente Donald Trump.

"Vamos consertar os erros juntos", disse o chefe da diplomacia israelense.

Lapid, idealizador da coalizão heterogênea que afastou Netanyahu do poder e futuro primeiro-ministro, segundo um acordo de governo, viajou a Roma para reunir-se com Blinken, que encerra na Itália uma viagem pela Europa que também passou por Alemanha e França.

Os dois examinarão, além das negociações para restabelecer o acordo de Viena de 2015 sobre a capacidade nuclear do Irã, a preservação do frágil cessar-fogo em Gaza após a recente guerra de 11 dias entre Israel e o movimento palestino Hamas.

O encontro de Blinken com Lapid é o primeiro contato pessoal entre o governo Joe Biden e a coalizão que encerrou o mandato de Netanyahu.

Biden decidiu negociar o retorno de seu país a esse acordo, que prevê suavizar as sanções internacionais contra a República Islâmica, caso ela reduza seu programa de desenvolvimento nuclear.

O novo governo israelense quer minimizar as diferenças com seu principal aliado histórico e melhorar o diálogo com o partido democrata americano, agora no poder, depois que Netanyahu se alinhou aos postulados do republicano Donald Trump.

Lapid, que em dois anos deve intercambiar suas funções com o atual primeiro-ministro nacionalista Naftali Bennett, qualificou de "perigosas" e "hostis" as relações do governo de Netanyahu com o partido democrata e os países europeus.

Blinken saudou os comentários de Lapid e enfatizou que os Estados Unidos estão determinados a "trabalhar em estreita colaboração" com o novo governo israelense.

"Como acontece com amigos próximos, temos diferenças de vez em quando", observou. "Temos os mesmos objetivos. Às vezes temos divergências táticas", acrescentou.

- Seguem as tensões -

As tensões ainda estão vivas em Israel e na Palestina após a guerra de maio, que deixou 260 mortos no lado palestino e 13 no lado israelense e atraiu fortes críticas internacionais.

Por enquanto, a Casa Branca não está buscando um acordo de paz na área.

O novo governo israelense considera o Irã uma ameaça e já realizou seus próprios ataques na Faixa de Gaza. Mas ele prometeu priorizar sua aliança com os Estados Unidos e tentar ser discreto sobre suas diferenças.

Em Paris, Blinken indicou que sua prioridade é a entrada de ajuda humanitária e a reconstrução da Faixa de Gaza, um enclave densamente povoado e extremamente pobre, devastado durante o recente conflito.

A esperança é ver surgirem "condições que permitam o relançamento de um processo de paz e o estabelecimento de dois estados, Israel e Palestina", mas, por enquanto, "não há essas condições", disse Blinken.

Ele também pediu "para evitar provocações e pontos de contenção que possam reativar a violência nos dias, semanas e meses que virão".

O governo Biden quer se envolver menos em certos conflitos no Oriente Médio e acabar com o fogo cruzado da presidência de Trump com seus aliados europeus para se concentrar na estratégia de longo prazo para a China.

Durante sua passagem pela Itália, Blinken se encontrará com o Papa Francisco e participará de reuniões do G20 e da coalizão contra o grupo jihadista Estado Islâmico.


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