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Estado de Minas MINNEAPOLIS

Policial que matou George Floyd é condenado a 22 anos e meio de prisão


25/06/2021 19:44 - atualizado 25/06/2021 19:51

O ex-policial branco Derek Chauvin, declarado culpado do assassinato do afro-americano George Floyd, foi condenado nesta sexta-feira (25) a 22 anos e meio de prisão pelo crime, uma sentença dura que reflete o impacto abrangente da tragédia.

O advogado da família Floyd, Ben Crump, imediatamente comemorou a decisão como "histórica" e disse que ela trouxe a família da vítima e os Estados Unidos a "um passo mais próximo da reconciliação" depois de 13 meses tumultuados.

O juiz Peter Cahill ressaltou que "reconhece a profunda e enorme dor sofrida pela família Floyd", mas jurou que não baseou sua decisão na "emoção ou simpatia". "Também não tomei minha decisão baseada na opinião pública, não estou tentando enviar uma mensagem", acrescentou.

A lei do estado de Minnesota estabelece uma sentença mínima de 12 anos e meio de prisão por assassinato.

Mas o magistrado Cahill considerou vários agravantes perante a audiência. Ao asfixiar George Floyd com o joelho, em 25 de maio de 2020, Derek Chauvin "abusou de sua posição de confiança e autoridade" e agiu "com especial crueldade", escreveu.

Pela primeira vez desde a tragédia, o policial de 45 anos, que se tornou símbolo do abuso policial nos EUA, falou publicamente nesta sexta-feira.

"Neste momento, devido a algumas questões adicionais legais, não posso dar uma declaração formal completa", afirmou Chauvin ao tribunal de Minneapolis.

"Mas, brevemente, quero estender minhas condolências à família Floyd", acrescentou.

Minutos antes, a família da vítima tinha exigido uma explicação. "Por quê? O que ele estava pensando quando se ajoelhou no pescoço do meu irmão sabendo que não era uma ameaça?", questionou o irmão de Floyd, Terrence, ao ex-policial de 45 anos, exigindo uma "pena máxima".

Em vez disso, a mãe de Derek Chauvin, que também estava falando pela primeira vez, implorou por misericórdia por seu filho.

Diferentemente de sua imagem pública, ele é um "bom homem", disse Carolyn Pawlenty.

O presidente americano, Joe Biden, declarou nesta sexta-feira que a sentença foi "adequada".

"Não estou ciente de todas as circunstâncias que foram consideradas, mas acho, com base nas regras, que parece adequado", afirmou Biden.

- Veredicto rápido -

Há exatos 13 meses, Chauvin e três colegas prenderam Floyd, de 46 anos, sob a suspeita de que teria usado uma nota falsa de 20 dólares em uma loja de Minneapolis. Ele foi algemado e imobilizado contra o chão no meio da rua.

Depois, Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd durante quase dez minutos, ignorando as súplicas da vítima e das pessoas que passavam por ali angustiadas.

A cena, filmada com um celular e publicada nas redes sociais por uma jovem, rapidamente viralizou e desencadeou manifestações em diferentes partes do mundo.

Nesse contexto, o julgamento de Chauvin foi acompanhado de perto desde março por milhões de pessoas em todo país.

Durante semanas, a cena do crime foi revisada de todos os ângulos, os depoimentos das testemunhas e das partes foram ouvidos novamente, e uma quantidade inédita de policiais compareceu à sala de julgamento, em sua maioria para denunciar a atitude de seu ex-colega.

O advogado do ex-policial, Eric Nelson, insistiu em que Chauvin seguiu os procedimentos policiais vigentes naquele momento e que a morte de Floyd ocorreu, devido a problemas de saúde agravados pelo consumo de drogas.

Os membros do júri não foram convencidos e levaram menos de dez horas para declará-lo culpado. Sua decisão de 20 de abril foi recebida com alívio em todo país, porque muitos temiam que uma absolvição levasse a piores distúrbios com a isenção de responsabilidade de um policial branco, mais uma vez.

- "De boa fé" -

No entanto, Nelson não mudou sua estratégia de defesa e disse que seu cliente cometeu "um erro de boa-fé". Solicitou uma sentença reduzida ao tempo já cumprido, o que permitiria que seu cliente fosse solto de imediato.

Também alertou para o risco de que seu cliente, que foi preso após o anúncio do veredito em um estabelecimento de alta segurança, seja assassinado na prisão.

Paralelamente, pediu pela anulação do julgamento, por dúvidas sobre a imparcialidade de alguns membros do júri. Na manhã de sexta-feira, o juiz Cahill negou seu pedido, dizendo que ele "não foi capaz de provar" suas alegações.

O caso, no entanto, não termina com Chauvin: seus três ex-colegas serão julgados pela Justiça de Minnesota em março de 2022 por acusações de cumplicidade no homicídio.

Paralelamente, os quatro homens também enfrentam acusações federais por violarem os direitos constitucionais de Floyd. Ainda não foi estabelecida uma data para esse julgamento.


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