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Estado de Minas PEQUIM

As motivações dos membros do Partido Comunista Chinês


25/06/2021 06:31

O Partido Comunista da China tem 92 milhões de membros de todos os setores da sociedade, atraídos pela ideologia, ambição, ou conhecimento pragmático de como avançar na segunda maior economia do mundo.

Mas pouco se sabe a respeito do funcionamento interno desta organização secreta, onde as críticas abertas são um tabu.

Com a aproximação das celebrações pelo centenário da fundação do partido em Xangai, a AFP conversou com seis membros para perguntar por que aderiram à formação.

- O veterano -

Su Xiaodong nasceu cinco anos depois da proclamação da República Popular pelos comunistas em 1949, após uma guerra civil violenta, e se filiou ao partido aos 20 anos de idade.

"Na época, todos os jovens aspiravam a entrar para o partido, era um sonho almejado por muito tempo", recorda.

Su deixou o colégio na adolescência, devido à Revolução Cultural, uma década de devastador tumulto político que Pequim reconhece como um erro, e depois lutou no breve conflito entre China e Vietnã em 1979.

As reformas de mercado que aconteceram depois que a China virou uma potência econômica foram uma "enorme" mudança ideológica para Su, que cresceu na era de Mao Tsé-Tung.

"Como membros do partido, tivemos que ser pioneiros neste novo pensamento e fazer com que as pessoas aceitassem", declarou o homem de 67 anos.

- A artista -

Yang Na, uma pintora surrealista de 38 anos, entrou para o partido em 2001.

Ela pinta em um estúdio iluminado pelo sol em Pequim, com longas pinceladas em cores fortes, e suas obras foram exibidas na China e no exterior.

Como membro do partido, Yang deseja usar seu perfil de artista para mostrar ao mundo o que é ser jovem na China.

"Acredito que posso ser alguém que faz com que as pessoas saibam que nem todos os chineses são iguais e que nem todos os membros do partido são iguais", comenta.

- O aposentado -

Nascido antes da fundação da República Popular da China, Dalong, de 75 anos, uniu-se ao Partido em 1974 e foi secretário do comitê de uma localidade na sensível região do Tibete durante três décadas.

"Eu nasci na sociedade antiga e cresci sob a bandeira vermelha", declarou. "Entendo a amargura da velha sociedade e a doçura da nova".

Aposentado, ele continua morando na mesma casa com sua família, alimenta os porcos e molha as plantas com a água de uma grande chaleira.

"Conheci o presidente Mao em minha juventude, o presidente Hu Jintao na idade madura e agora o presidente Xi Jinping", disse Dalong, vestido com um tradicional traje bordado tibetano.

- O executivo -

Chen Jian, de 51 anos, é o presidente e líder do partido em uma empresa estatal. Sua missão como membro, afirma, é garantir que o crescimento da empresa e que gere empregos para o povo chinês.

Aos estrangeiros que consideram o Partido Comunista como ditatorial, ele pede que abandonem os "preconceitos" e observem suas conquistas, como as condições de vida que melhoraram dramaticamente nos últimos 40 anos.

"Graças ao partido, o nível de vida das pessoas melhora e melhora", declarou. "Os barracos do passado foram substituídos por estes grandes edifícios modernos".

- A estudante -

Yang Guang, de 24 anos, estuda Finanças em Pequim e se filiou ao partido em 2018.

Ela espera retornar a sua província montanhosa de Sichuan com o namorado e trabalhar em um banco após a formatura.

Como representante estudantil apaixonada por voluntariado, Yang afirma que se filiou ao partido para ajudar as outras pessoas.

"A natureza do partido é (...) estar a serviço da população", afirma. "Em resumo, a ideia é ajudar os que estão ao meu redor em tudo o que for possível".

- O historiador -

O historiador Xu Jia aderiu ao partido em 2010 e agora escreve relatórios oficiais, nos quais analisa a história da sigla.

O jovem de 33 anos é de uma família de militantes, incluindo seus pais e avós.

"O que eles me ensinaram é que o partido é uma boa organização, que ser membro é uma marca de reconhecimento social, que você ganha mais respeito, tem mais oportunidades para fazer muitas coisas e realizar seus sonhos", afirma.

Mas suas relações familiares não facilitaram o árduo processo de filiação.

"Entrar para o partido não é algo que acontece da noite para o dia (...) Depois da candidatura, assim como os outros, eu tive que passar por um longo controle do partido antes de ser plenamente admitido", conta.


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